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Raimundo Lira e Aguinaldo Ribeiro cotados para dois ministérios do governo Temer

Paraibanos em alta. O deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) e o senador Raimundo Lira (PMDB) voltaram a ser apontados pela mídia nacional como opções na ‘dança das cadeiras’ que se desenha com a sucessão dos comandos da Câmara dos Deputados e do Senado. Segundo matéria da Folha:

Paraibanos em alta. O deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) e o senador Raimundo Lira (PMDB) voltaram a ser apontados pela mídia nacional como opções na ‘dança das cadeiras’ que se desenha com a sucessão dos comandos da Câmara dos Deputados e do Senado. Segundo matéria da Folha:

Brasília - DF, 09/11/2016. Presidente Michel Temer durante reunião com o Senador Raimundo Lira. Foto: Marcos Corrêa/PR
Brasília – DF, 09/11/2016. Presidente Michel Temer durante reunião com o Senador Raimundo Lira. Foto: Marcos Corrêa/PR

Sucessão na Câmara e no Senado afetará ministérios e base de Temer

As eleições para presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, no início de fevereiro, não interferem apenas no comando das duas Casas.

As disputas desencadearão uma série de mudanças também na Esplanada dos Ministérios, pois o Palácio do Planalto terá que fazer rearranjos para reduzir polêmicas e tentar garantir estabilidade na base aliada.

Como a campanha ainda está no começo, a dança de cadeiras será sacramentada mais perto da data da escolha dos novos presidentes, mas as movimentações já são perceptíveis.

No Senado, a eleição de Eunício Oliveira (PMDB-CE) é dada como praticamente certa pelos senadores.

Ele deve contar até mesmo com o apoio do PT, que não quer ficar sem cargos na Mesa Diretora.

Na Casa, a polêmica deve se restringir à liderança do PMDB. A escolha do atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para a cadeira não é consenso entre seus pares.

Na Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) é o favorito à reeleição como presidente, apesar de questões jurídicas que, em tese, poderiam impedi-lo de disputar no próximo dia 2.

Ele tem como adversários Rogério Rosso (PSD-DF), Jovair Arantes (PTB-GO) e André Figueiredo (PDT-CE).

Mas, assim como Eunício no Senado, Maia deve contar com apoio também dos partidos da oposição.

O PT não quer repetir o erro cometido em 2015, quando preferiu lançar candidato –Arlindo Chinaglia (PT-SP)–, perdeu para Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ficou afastado do centro das decisões da Câmara.

Com as articulações, a temperatura subiu na base aliada, e o governo tenta acalmar os ânimos negociando alguns ministérios.

DANÇA DAS CADEIRAS

Mudanças em jogo no Congresso e nos ministérios

SENADO

1) Presidência

O presidente do Senado é responsável por determinar os assuntos a serem discutidos e votados, além de nomear comissões especiais, definir as regras da Casa e presidir as sessões do Congresso Nacional. Caberá ao novo presidente decidir se e quando serão votados textos polêmicos como o de abuso de autoridade

ATUAL: Renan Calheiros (PMDB-AL)

Réu no STF (Supremo Tribunal Federal) e denunciado na Lava Jato, o atual presidente do Senado é alvo de outros dez inquéritos. O peemedebista, apelidado de “Justiça” na delação da Odebrecht, nega todas as acusações. Em 2016, entrou em rota de colisão com o Judiciário. Agora, quer o comando da bancada de seu partido, mas enfrenta resistência de parte dos senadores

NA DISPUTA: Eunício Oliveira (PMDB-CE)

Atual líder do PMDB no Senado, por enquanto é o favorito à presidência da Casa. É o “Índio” da delação da Odebrecht, na qual é citado como quem recebeu recursos no caixa dois em troca de apoio a medida provisória de interesse da Odebrecht. Eunício nega as acusações

2) Liderança do PMDB

Comandará a maior bancada da Casa, com 19 senadores. Como líder, participa de reuniões como presidente e influencia nas decisões da Casa

ATUAL: Eunício Oliveira (PMDB-CE)

NA DISPUTA: Renan Calheiros (PMDB-AL)

3) Liderança do governo

Articulação entre o Senado, o Congresso e o governo Michel Temer, importante para que as pautas do Palácio do Planalto sejam votadas e aprovadas, já que o líder é o responsável por coordenar a base aliada

ATUAIS:
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), no Senado, e Romero Jucá (PMDB-RR), no Congresso

CÂMARA

1) Presidência

O presidente da Câmara define o que será debatido e votado em cada sessão. Atualmente, substitui Michel Temer como presidente da República, caso ele viaje. Caberá ao próximo presidente definir, por exemplo, quando a reforma da Previdência será pautada

ATUAL: Rodrigo Maia (DEM-RJ)

NA DISPUTA:

Rodrigo Maia (DEM-RJ)
Assumiu a presidência da Câmara em julho de 2016 no lugar do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Sua candidatura -ainda não oficializada- está envolvida em um imbróglio jurídico. A Constituição e o regimento da Câmara vedam que o presidente da Casa dispute a reeleição em uma mesma legislatura. Maia entende que, como foi eleito para um mandato tampão, a regra não se aplica a ele

Jovair Arantes (PTB-GO)
Líder do partido, sempre manifestou interesse de disputar a presidência da Casa. Relator do processo de impeachment de Dilma Rousseff, não conseguiu unificar o centrão em torno de sua candidatura e, agora, procura se distanciar do bloco criado em torno do então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

Rogério Rosso (PSD-DF)
Líder do partido na Câmara e presidente da comissão que analisou o impeachment de Dilma Rousseff, ficou em segundo lugar na disputa eleitoral que elegeu Rodrigo Maia em julho de 2016. Desde então, tem trabalhado para ser eleito na próxima disputa. É o principal crítico da candidatura de Maia à reeleição e vislumbra com o posto a possibilidade de se fortalecer para sucessão ao governo do Distrito Federal em 2018

André Figueiredo (PDT-CE)
Ex-ministro das Comunicações no governo Dilma Rousseff, manteve-se fiel à petista até o final de seu governo. É a única candidatura da oposição, mas pode não contar com apoio de partidos como o PT

2) Liderança do governo

Com a prisão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o governo federal avalia que é necessário reacomodar as forças na base aliada e considera retirar da função André Moura (PSC-SE), um dos aliados mais próximos do peemedebista. As possibilidades são trocá-lo por Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) ou por Rogério Rosso (PSD-DF) com o objetivo de fortalecer a candidatura de Rodrigo Maia

ATUAL: André Moura (PSC-SE)

COTADOS: Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Rogério Rosso (PSD-DF)

MINISTÉRIOS

1) Saúde

Para garantir o apoio do PP a Rodrigo Maia (DEM-RJ) na disputa pela presidência da Câmara, o governo federal manterá a sigla à frente da pasta, mas cogita trocar Ricardo Barros (PR), cuja atuação não tem agradado ao presidente, por Aguinaldo Ribeiro (PB), que já foi ministro e vinha articulando candidatura avulsa

ATUAL: Ricardo Barros (PP-PR)

COTADO: Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)

2) Trabalho

Na tentativa de evitar a candidatura de Jovair Arantes (PTB-GO) à presidência da Câmara, o governo federal avalia oferecer ao deputado federal o Trabalho, atualmente sob o comando de Ronaldo Nogueira (RS), também do PTB, e que tem sofrido críticas por partes de auxiliares e assessores presidenciais. Jovair diz que sua candidatura é para valer e que não está negociando cargo com o Planalto

ATUAL: Ronaldo Nogueira (PTB-RS)

COTADO: Jovair Arantes (PTB-GO)

3) Meio Ambiente

Com a decisão do comando nacional do PV de se manter independente do governo Michel Temer, apesar da bancada na Câmara dos Deputados manter a fidelidade ao governo federal, o Palácio do Planalto estuda entregar a pasta a outro partido da base aliada, como PR ou PSB

ATUAL: José Sarney Filho (PV-MA)

COTADOS: PR e PSB

4) Planejamento

A equipe econômica defende que o ministro interino Dyogo Oliveira se torne efetivo, mas a definição dependerá do apoio do senador Romero Jucá (PMDB-RR), ex-ministro da pasta e líder do governo no Senado Federal. Caso a disputa pela liderança do PMDB se intensifique, é avaliada a possibilidade de acomodar Raimundo Lira (PB) ou Eduardo Braga (AM) na pasta, abrindo espaço para Renan Calheiros (AL) assumir a posição

ATUAL: Dyogo Oliveira

COTADOS: Dyogo Oliveira, Raimundo Lira (PMDB-PB) e Eduardo Braga (PMDB-AM)

E O PT?

Extremamente enfraquecido após o impeachment e as derrotas acachapantes nas eleições municipais, está disposto a passar por cima do discurso de “golpe” para apoiar aliados de Michel Temer tanto na Câmara quanto no Senado. Sem milhares de cargos pelo país, querem garantir vagas na Mesa Diretora e não querem se distanciar do centro de decisões das duas Casas.

Da redação com a Folha

 

Fonte: folha