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Onyx confirma fim do Ministério do Trabalho e diz que serão 22 pastas na Esplanada

Primeiro escalão do governo terá sete pastas a mais do que foi prometido durante a campanha eleitoral

Até o momento, Bolsonaro anunciou 20 nomes e falta definir quem vai chefiar as pastas do Meio Ambiente e Direitos Humanos. Onyx disse que os nomes podem ser divulgados esta semana ou não.

De acordo com o ministro, a equipe de Bolsonaro começou a formular a estrutura em setembro do ano passado, sob comando de Abraham Weintraub. Como adiantado pelo Broadcast, Abraham vai assumir a secretaria executiva da Casa Civil.

Onyx disse ainda que amanhã o presidente eleito vem a Brasília e começa a conversar com as bancadas dos partidos sobre “novo relacionamento” com o Congresso.

“Amanhã começamos a conversar com as bancadas para estabelecer com clareza a forma como vai ser o novo relacionamento. Todos vocês são testemunhas de aonde nos levou o presidencialismo de coalizão, o toma lá, dá cá”, disse o futuro chefe da Casa Civil.

O futuro ministro afirmou que não pode apresentar divisão por secretarias porque o ajuste fino é complexo. “Queremos acabar com sombreamento (entre ministérios), temos muito trabalho”, disse.

Mais cedo, em entrevista à rádio gaúcha, Onyx antecipou o fim do Ministério do Trabalho. “Uma parte vai ficar com o ministro (Sérgio) Moro, que é aquela parte da concessão sindical (…). A outra parte, que trata de políticas ligadas a emprego, uma parte vai ficar na Economia e outra na Cidadania. Na verdade, o atual Ministério do Trabalho, como é conhecido, ele ficará uma parte no ministério do doutor Moro, outra parte com o Osmar Terra e outra com o Paulo Guedes, lá no Ministério da Economia, para ter tanto a área do trabalhador como a do empresário no mesmo organograma”, afirmou.

Só falta a definição de dois ministros agora – para comandar as Pastas de Meio Ambiente e Direitos Humanos. Para o primeiro, três nomes estão sendo analisados pela equipe de transição, entre eles o de Xico Graziano, ex-assessor do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que abandonou o PSDB durante as eleições para apoiar Bolsonaro.

Para o comando do Ministério de Direitos Humanos, Família e Mulheres, o nome mais cotado é o da advogada e pastora Damares Alves. No sábado, 1, o presidente eleito disse em evento militar na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, Sul Fluminense, que a pastora “está na frente” para chefiar a pasta.

A advogada trabalha como assessora lotada no gabinete do senador e candidato derrotado à reeleição Magno Malta (PR-ES), um dos políticos mais próximos de Bolsonaro na campanha e que esperava ter sido nomeado para o cargo.

Durante a entrevista coletiva, Onyx disse que “tem carinho e respeito” pelo senador, mas não deu detalhes sobre qualquer eventual espaço que o parlamentar pode ocupar no novo governo.

“Tenho certeza que senador Magno Malta tem carinho e respeito (de Bolsonaro), vai ser parceiro e terá espaço muito relevante (no novo governo)”, disse.

‘Sensibilidade’ de Bolsonaro

Onyx Lorenzoni, afirmou que o presidente eleito Jair Bolsonaro decidiu ampliar o número de ministérios previstos por causa da sua “sensibilidade”. Bolsonaro planejava 15 ministérios, depois estabeleceu um limite de 20 pastas, e hoje chegou a um total de 22.

Segundo o futuro ministro da Casa Civil, a população brasileira está conhecendo um outro lado de Bolsonaro, que teria mudado de ideia após reunião com a bancada feminina no Congresso, na semana passada, e de um discurso da senadora eleita Mara Gabrilli (PSDB-SP) sobre o tema.

“O presidente Bolsonaro, sensibilizado pela palavra da bancada feminina, disse ‘eu quero ter poucos ministérios, mas, se vocês me dizem que é superimportante, eu banco mais um ministério'”, contou Onyx.

Questionado se Mara Gabrilli poderia assumir o comando do ministério dos Direitos Humanos, Onyx desconversou. “Ela sempre seria (boa ministra), mas ela tem missão no Senado”.

Outro ministério que mexeu com a sensibilidade de Bolsonaro, segundo Onyx, foi o do Turismo. A previsão era que o ministério fosse extinto, porém Bolsonaro mudou de ideia ao perceber que o setor pode contribuir ainda mais para geração de empregos “na veia” da população.

Fonte: Estadão
Créditos: Idiana Tomazelli, Julia Lindner, Luisa Marini e Luciano Nagel