manifestação

Mulheres lançam boicote à Riachuelo após o apoio do MBL a pré-candidatura de proprietário

O boicote também conta com a adesão de consumidores masculinos

O empresário Flávio Rocha, dono do grupo Riachuelo, começou mal sua campanha presidencial. Nesta segunda-feira, em artigo publicado na Folha de S. Paulo, Kim Kataguiri, do MBL, anunciou seu apoio a Rocha, num movimento que pode gerar um efeito duplamente negativo para o empresário: não gerar votos e também prejudicar sua atividade empresarial. O motivo é simples. Além de ter apoiado Eduardo Cunha, hoje condenado a 15 anos de prisão, num movimento que se dizia contra a corrupção e participado de um golpe misógino contra a presidente deposta Dilma Rousseff, o MBL também tem ajudado a espalhar notícias falsas e de caráter fascista contra a ativista Marielle Franco, que foi brutalmente executada no Rio de Janeiro, segundo noticiou o jornal El Pais (leia aqui). Ou seja: o MBL é um movimento protofascista que ataca justamente bandeiras caras às mulheres, justamente o público-alvo da Riachuelo.

Diante disso, o boicote surge como decorrência natural dessa aliança. “Já comprei roupas infantis na Riachuelo, para minha neta, uma única e última vez, há dois anos. Logo em seguida, soube quem era o dono, sua exploração de funcionários e suas ligações com fascistas do MBL, o que vem se confirmando. Riachuelo nunca mais!”, diz a psicanalista Ana Clara Gavião. De fato, recentemente, integrantes do MBL fizeram vídeos em defesa da reforma trabalhista, num momento em que funcionárias da empresa, no Rio Grande do Norte, protestavam contra as condições de trabalho. “Boicoto todas as marcas golpistas, inclusive, esta loja. O dono da Riachuelo, além de golpista, é escravagista. E, unindo-se ao MBL, escancara o que sempre foi. Um grande fascista”, diz Fernanda Scherer. “Assim como na Riachuelo, não compro em outras lojas que sei serem golpistas, preconceituosas ou que usam trabalho infantil ou escravo”, reforça a ilustradora Rosinha Queiroz. “Não compro na Riachelo por vários motivos. As roupas são de qualidade inferior, caras e mais importante: não gosto da forma que suas funcionárias são tratadas, nem sequer têm o direito de reivindicar direitos. Uma empresa que não respeita direitos, funcionários, gestores arrogante, a Riachuelo não tem nada de bom para me oferecer”, diz Maria Marlene Daniel.

Dafne Ashton apontou outros aspectos que a afastam das lojas de Flávio Rocha. “Não compro na Riachuelo porque acredito que uma empresa que apoia um golpe de estado em uma democracia e que continua praticando atos contra a soberania do país, e encorajando medidas contra a população mais pobre, não merece o dinheiro do trabalhador brasileiro, dinheiro conseguido com tanto suor”, afirma. “Quanto a comprar nas Lojas Riachuelo, comprava la há anos, mas assim que descobri a participação efetiva dele [Flávio Rocha] no golpe, como ele influenciou na reforma (patronal) trabalhista, e ao mesmo tempo abre empresa no Paraguay oferecendo mão de obra a outros povos, desisti. Dono do banco Midway, força seus funcionários a manipular o cliente para pagar as parcelas de compra pelo banco com taxas astronômicas maior de 17%. Eu Jamais comprarei nessa loja outra vez”, diz Venus Abrapour.

Cartão destruído

A consumidora Ivanise Calil fez um protesto ainda mais contundente, enviando a foto de seu cartão quebrado. “Já não comprava nessa loja, agora então é que nunca porei meus pés lá”, afirma também Maria Alice. Esse movimento contra empresas golpistas pode se espalhar. Claudete Araújo defendeu que o boicote se estenda a outras empresas que também tem estimulado ataques à democracia brasileira. “Vamos fazer uma campanha contra esses péssimos empresários. Abaixo Riachuelo, Marisa e Havan. Está nas mãos das mulheres”, diz ela. Mônica Lemos, por sua vez, resumiu tudo numa hasgtag: #RiachueloNuncaMais. “Toda vez que entrei lá, senti uma energia ruim”, diz Lígia Camacho Silva.

O boicote também conta com a adesão de consumidores masculinos. “Sou Roberto e minha esposa é Joelma. Em face de sua opção por apoiar o golpe que destrói os direitos sociais e garantias políticas, Minha esposa decidiu jamais colocar os pés naquela empresa e estimular amigas para que jamais o façam, bem como eu. No que depender de nós realmente se transformará de riacho para ‘riachuelo'”, afirma Roberto Bueno.

Fonte: Brasil 247
Créditos: Brasil 247