Investimentos, financiamentos, alimentos

MANUTENÇÃO DA SELIC: economista explica como taxa básica de juros influencia no bolso dos brasileiros

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve na última quarta-feira (16) a taxa básica de juros (Selic) em 2% ao ano. Trata-se do menor patamar desde o ano de 1996, quando houve o início da série histórica. A decisão, que foi unânime e veio dentro do esperado pelos analistas de mercado, dá alguns sinais para a economia brasileira nos próximos meses.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve na última quarta-feira (16) a taxa básica de juros (Selic) em 2% ao ano. Trata-se do menor patamar desde o ano de 1996, quando houve o início da série histórica. A decisão, que foi unânime e veio dentro do esperado pelos analistas de mercado, dá alguns sinais para a economia brasileira nos próximos meses.

Como o próprio nome sugere, essa taxa é a que regula todos os juros do mercado, a exemplo do valor que incide sobre a venda de carros, motos e imóveis. Até mesmo as compras feitas por cartão de crédito são geridas por essa taxa. “Quando ele mantém uma taxa em 2%, que é a mais baixa da nossa história, ele mantém uma taxa de juros relativamente baixa com relação à nossa economia, e por isso temos visto tantas taxas baixando, como a do crédito imobiliário, que o banco lançou, de 5,5% ao ano”, disse o economista Werton Oliveira.

Segundo Oliveira, o nível atual da taxa selic também é bom para quem vai contrair um empréstimo, tanto para pessoas físicas quanto para empresas. Esse movimento pode beneficiar grandes e pequenos negócios e proporcionar a criação de empregos. “Quem vai tomar empréstimos ou fazer um financiamento vai pegar uma taxa mais barata. Você não vai pagar um montante tão alto no final do empréstimo”, ressaltou.

Investimentos

A taxa básica de juros da economia também impacta diretamente nos investimentos, provocando uma migração de investimentos fixos para o variável. “Já que estão tá baixo a taxa de juros, as pessoas vão migrar para a bolsa de valores. Nesses últimos meses, a bolsa nunca teve tantos investimentos de pessoas físicas lá dentro, então as pessoas estão buscando a bolsa para rentabilizar seu dinheiro”, ressaltou.

O preço dos alimentos

Uma das razões para a manutenção da taxa básica de juros em 2% é o aumento da inflação dos alimentos, que se refletiu no preço de alguns produtos nos últimos meses, a exemplo do arroz. “Pode ser uma sinalização de que o Banco Central esteja de olho já na inflação. Pode ser que nos próximos meses tenhamos um maior nível de preço”, reconheceu. Item básico da alimentação dos brasileiros, o arroz já acumula valorização de 117% no campo e já é vendido por até R$ 40 o pacote de 5 kg no varejo.

Em análise feita a pedido do Polêmica Paraíba, Werton avalia as medidas tomadas pelo Governo para tentar diminuir esse impacto no preço de alguns produtos. Segundo ele, o Governo Federal tem tomado medidas que deverão impactar na diminuição dos preços, mas faz uma ressalva: “Não como desejado, e a perspectiva não é muito boa”, avaliou.

Ouça a seguir a avaliação de Werton Oliveira sobre as medidas adotadas pelo Governo Federal:

https://www.youtube.com/watch?v=K6V2HsmvAu0&feature=youtu.be

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba