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Líderes do PSDB adiam decisão sobre desembarque do governo Temer

Presidente interino do partido, o senador Tasso Jereissati (CE) admitiu que o "partido por si mesmo está desembarcando"

A reunião de 15 integrantes da cúpula do PSDB na noite desta segunda-feira (10) no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, na Zona Sul da cidade, durou pouco mais de 4 horas, terminando no início da madrugada desta terça (11). As lideranças discutiram a manutenção ou não de apoio ao governo de Michel Temer (PMDB) e também a direção do partido na questão da denúncia por corrupção passiva contra o presidente.

Os caciques tucanos, porém, adiaram a definição sobre o desembarque do governo. Nova reuniões devem ser marcadas para esta terça ou para quarta-feira (12).

O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), admitiu, ao deixar o local, que o partido está desembarcando do governo Temer. “O que eu tenho dito não é consenso, mas o que eu estou observando é que o partido por si mesmo está desembarcando independentemente do meu controle e da minha vontade”, afirmou, ao deixar o Palácio dos Bandeirantes.

Ele antecipou também que o partido deverá fazer uma renovação total de seus quadros em agosto, durante convenção para a eleição da Executiva.
Encontro

A reunião acontece após o presidente ter sido denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pelo crime de corrupção passiva, e o deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), relator da denúncia contra Temer na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) na Câmara, dar parecer favorável ao prosseguimento do caso.

O Palácio dos Bandeirantes é a residência oficial do governador de São Paulo e o encontro teria sido articulado por Geraldo Alckmin. A assessoria do PSDB estadual disse que o evento não é institucional.

Tasso afirmou que o partido não definiu uma posição quanto à denúncia contra Temer na CCJ.

O líder da bancada na Câmara, deputado Ricardo Tripoli (SP), disse que, na CCJ, o partido deverá votar pela admissibilidade da denúncia, com 5 votos a favor e 2 contrários. “Por maioria, deve votar pela admissibilidade. A bancada deve votar por 5 a 2 pelo acolhimento da denúncia do procurador”, disse.

Participaram também da reunião de caciques tucanos, entre outros, os governadores Marconi Perillo (GO), Reinaldo Azambuja (MS), Pedro Taques (MT) e Geraldo Alckmin (SP); os senadores Aécio Neves (MG), José Serra (SP), Paulo Bauer (SC) e Cássio Cunha Lima (PB); o ex-senador José Aníbal (SP); o prefeito de São Paulo, João Doria, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Desembarcar do governo Temer significaria entregar os cargos em quatro ministérios comandados por tucanos: Aloysio Nunes, ministro de Relações Exteriores; Bruno Araújo, ministro de Cidades; Antonio Imbassahy, ministro da Secretaria de Governo; e Luislinda Valois, ministra dos Direitos Humanos.
Alckmin

Durante inauguração de delegacia em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, nesta segunda, Alckmin comentou o encontro. “A reunião não é para decidir se deixa ou não o governo. Isso só quem pode fazer é a Executiva do partido. É uma reunião de conversa, conversa entre a direção partidária, governadores, líderes. Não será tomada nenhuma decisão. É apenas uma avaliação”, disse.

Fonte: G1