Com 22 adesões

Governadores preparam pacto nacional para definir medidas restritivas no combate à pandemia

Até a noite d0 domingo, 22 dos 27 governadores já tinham aderido à ideia de uma ação conjunta em todo o país

Articulados pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), os chefes do Executivo de 21 estados e do Distrito Federal manifestaram posição favorável, no domingo (07), à criação do que está sendo chamado de “pacto nacional” para definir medidas restritivas e preventivas que ajudem a atenuar o pico da pandemia de Covid-19, registrado nas últimas semanas. As ações devem vigorar, pelo menos, até o dia 14 de março.

Nesta segunda (08), os governadores se reúnem, no Rio de Janeiro, com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e representantes da Fiocruz para discutir as estratégias de enfrentamento ao vírus e a necessidade de maior agilidade na vacinação, já que o país só aplicou doses em apenas 3,88% da população até o momento. A informação é do G1.

O balanço sobre os estados que devem aderir ao pacto é do governo do Piauí, comandado por Wellington Dias (PT), que lidera o fórum dos gestores estaduais. Segundo a assessoria de Dias, a consulta continua em aberto para a adesão dos cinco governadores restantes.

Em entrevista à GloboNews, Wellington Dias afirmou que a ideia é promover uma experiência de restrições nacionais até o próximo domingo (14), para que o país possa barrar o coronavírus: “Não adianta o meu estado fazer e outro não fazer. Isso é o que chamei de ‘enxugar gelo’, ou seja, a transmissibilidade tem que ser cortada nacionalmente. É claro que o ideal é como fazem outros países, o poder central estar fazendo isso. Os Estados Unidos não faziam na época do Trump, mas estão fazendo agora com o Joe Biden”, citou.

Aumentar vacinação para reduzir o colapso do sistema de Saúde também está entre as medidas: “O objetivo é chegar em abril vacinando 50 milhões, que é esse grupo de maior risco – mais de 60 anos, com comorbidades, indígenas, saúde, idosos em asilo etc –, porque ele responde por 70% das internações e 70% dos óbitos. Ora, se a gente vacina aqui, a gente reduz todo esse limite de colapso a que chegamos”, continuou.

No fim de fevereiro, o presidente do fórum já havia antecipado que os governadores pediriam ao governo Jair Bolsonaro que adotasse medidas restritivas em todo o país. Em entrevistas posteriores, Bolsonaro negou a possibilidade de definir lockdown ou ações que restrinjam a movimentação de pessoas.

O grupo também deve pedir a laboratórios e organizações internacionais que o Brasil receba prioridade no envio de vacinas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) vem apontando a gravidade da situação no país: “É importante a gente acelerar aqui com a Anvisa. A gente não pode ter uma operação de guerra, e a Anvisa com exigências que são próprias de um [período de] normalidade. A Sputnik tem vacina, pode oferecer. Tem a União Química, que produz no Brasil. É o Brasil com seus laboratórios, com cientistas brasileiros – Fiocruz, Butantan e União Química – que vai produzir a maior quantidade, especialmente nessa fase de maior disputa mundial”, afirmou Wellington Dias.

O Brasil chegou ao total de 265.500 óbitos neste domingo com 1.054 mortes nas últimas 24 horas, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa. A média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias chegou a 1.497, a maior desde o começo da pandemia, e com tendência de alta.

Adesão ao pacto

Vaja a lista dos governadores que aderiram à proposta de um pacto nacional com medidas restritivas para frear a pandemia:

– governador do Alagoas, Renan Filho (MDB);
– governador do Amapá, Waldez Góes (PDT);
– governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC);
– governador da Bahia, Rui Costa (PT);
– governador do Ceará, Camilo Santana (PT);
– governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB);
– governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB);
– governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM);
– governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB);
– governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM);
– governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo);
– governador do Pará, Helder Barbalho (MDB);
– governador da Paraíba, João Azevedo (PSB);
– governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD);
– governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB);
– governador do Piauí, Wellington Dias (PT);
– governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PSC);
– governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT);
– governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB);
– governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL)
– governador de São Paulo, João Doria (PSDB);
– governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD).

Até as 21h deste domingo, ainda não haviam aderido ao pacto:

– governador do Acre, Gladson Cameli (PP);
– governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB);
– governador de Rondônia, Coronel Marcos Rocha (PSL);
– governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL);
– governador de Tocantins, Mauro Carlesse (DEM).

Fonte: Polêmica Paraíba e G1
Créditos: Polêmica Paraíba