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Filho de ativista e brigado do irmão, Sérgio Nascimento se posiciona contra movimento negro ao assumir presidência de Fundação Palmares

Sérgio Nascimento de Camargo se descreve como 'negro de direita' e ignora ativismo do pai e seu irmão até fez um abaixo-assinado contra a nomeação

Filho de peixe nem sempre peixinho é. Se o novo presidente da Fundação Palmares, Sérgio Nascimento de Camargo, se descreve como “negro de direita” e defende que o Brasil tem “racismo nutella”, seu pai, Oswaldo de Camargo, é especialista em literatura negra e militante do movimento.

Autor de livros como “Raiz de um Negro Brasileiro” e “O Negro Escrito – Apontamentos sobre a Presença do Negro na Literatura Brasileira”, o escritor é um dos mais importantes importante representante do gênero no país.

Oswaldo já foi coordenador de literatura do Museu Afro Brasil, em São Paulo, participou da primeira edição dos Cadernos Negros —importante publicação de literatura afro-brasileira— e foi homenageado com a medalha Zumbi dos Palmares, da câmara de Salvador.

Por seus estudos sobre o poeta negro simbolista Cruz e Sousa, ele ainda recebeu, em 1998, da Secretaria de Cultura de Santa Catarina, a medalha de Mérito Cruz e Sousa.

O pai, contudo, não seria o único a discordar das ideias do novo presidente. Seu irmão, o músico e produtor cultural Oswaldo de Camargo Filho, o Wadico Camargo, fez um abaixo-assinado contra a nomeação de Sérgio. Até a publicação deste texto, a petição já havia coletado 24 mil assinaturas.

“Tenho vergonha de ser irmão desse capitão do mato. Sérgio Nascimento de Camargo, hoje nomeado presidente da Fundação PALMARES”, escreveu no Facebook.

A nomeação de Sérgio Nascimento de Camargo faz parte de uma mudança na Secretaria de Cultura, comandada por Roberto Alvim semanas após assumir a subpasta, hoje subordinada ao Ministério do Turismo.

Chegam ao governo secretários responsáveis pela promoção da diversidade, pelo fomento e incentivo à cultura (à frente da Lei Rouanet), pela economia criativa, além de um secretário adjunto especial.

Fonte: Folha de S. Paulo
Créditos: Manoella Smith