Edir Macedo Indeciso

Entre Lula e Bolsonaro, Igreja Universal decide apoio em agosto

A Igreja Universal do Reino de Deus emite sinais ambíguos a respeito de quem vai apoiar de fato para a eleição de presidente da República. Embora não admita publicamente, a Universal mantém conversas informais e procura manter as "portas abertas" com os dois principais pré-candidatos: o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Foto: Reprodução da Internet

 

A Igreja Universal do Reino de Deus emite sinais ambíguos a respeito de quem vai apoiar de fato para a eleição de presidente da República. Embora não admita publicamente, a Universal mantém conversas informais e procura manter as “portas abertas” com os dois principais pré-candidatos: o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O líder máximo da igreja, o bispo Edir Macedo, não deve tomar nenhuma decisão até agosto, apurou a reportagem com pessoas próximas à cúpula da instituição. A instituição ainda mantém o apoio público ao governo de Jair Bolsonaro.

No Rio de Janeiro, ao menos dois bispos da Universal mantêm conversas com representantes do PT sobre uma eventual reaproximação com Lula. O deputado federal e bispo Marcos Pereira, presidente do Republicanos, o partido político ligado à igreja, costuma dizer a colegas parlamentares, em conversas reservadas, não ver problema algum em apoiar o petista e ex-aliado. Procurado, o deputado e bispo Marcos Pereira não pode falar em nome da igreja sobre eventuais apoios a candidatos, segundo sua assessoria.

Macedo costuma negociar seus apoios, sem se expor. Para isso, manda seus emissários, afirma Ronaldo Didini, membro e pastor da Universal entre 1985 e 1997 – o período de maior crescimento da igreja -, e à época muito próximo do bispo. “Não é próprio de Macedo tomar esse tipo de decisão pública. Tem vários emissários que fazem a ponte com os candidatos e podem negociar paralelamente. Mas, no final, é ele quem decide”, afirma.

“E ao conversar com os dois lados, não fecha a porta com nenhum deles”, acrescenta Didini. Ele mesmo já serviu de emissário de Macedo em conversas com políticos como o ex-governador Paulo Maluf (PP), o senador José Serra (PSDB) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Didini afirma que a Universal detém poder único de barganha entre as igrejas evangélicas quando negocia seu apoio em uma eleição presidencial.

“Entre todas as igrejas evangélicas, ela é a única com características diferenciadas, porque o seu líder, afinal, é dono de uma emissora que ocupa o segundo lugar no país e ainda controla um partido político com representação no Congresso”.

Macedo apoiou os governos de Lula (2003-2010) e de Dilma (2011-2016), até o começo do processo de impeachment da presidente. Na eleição 2018, apoiou inicialmente Geraldo Alckmin (PSDB) para depois embarcar na candidatura de Bolsonaro.

Fonte: UOL
Créditos: Polêmica Paraíba