Economistas preveem inflação acima do teto em 2015

Especialistas dizem que acontece com piora das projeções tanto para o dólar quanto nos preços administrados

inflação

Economistas de instituições financeiras concluíram, pela primeira vez, que a inflação estourará o teto da meta oficial em 2015, com piora das projeções tanto para o dólar quanto nos preços administrados. Eles também passaram a ver crescimento econômico menor tanto neste ano quanto no próximo.

De acordo com pesquisa Focus do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira (22), a projeção para o IPCA para 2015 subiu 0,04 ponto percentual, indo a 6,54%, enquanto que para este ano permaneceu em 6,38%. A meta é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

A inflação tem rondado o teto da meta há meses. O IPCA-15, prévia do indicador oficial de inflação, acelerou a alta a 0,79% em dezembro, e encerrou o ano em 6,46%.

O Focus mostrou também que as perspectivas para o dólar voltaram a piorar. Para 2014, a projeção foi a R$ 2,65, ante R$ 2,60, enquanto para 2015 atingiu R$ 2,75, sobre R$ 2,72.

O BC tem argumentado que tanto o câmbio quanto os preços administrados vão continuar pressionando a inflação que, segundo a autoridade monetária, só vai convergir para o centro da meta no final de 2016.

A pesquisa mostrou ainda que as contas para os preços administrados em 2015 cresceram, com alta de 7,60%, sobre 7,48% na semana anterior.

Em relação à Selic, os especialistas consultados mantiveram a perspectiva de que a taxa básica de juros, atualmente em 11,75%, terminará o próximo ano a 12,50%.

Depois de o BC ter acelerado o ritmo na última reunião, segundo a pesquisa Focus, os especialistas continuavam vendo que o passo será mantido em janeiro –próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária)–, com mais uma alta na taxa e 0,5%.

Os economistas consultados pelo BC reduziram a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2014 a 0,13%, contra 0,16% no levantamento anterior.

Para 2015 o corte foi ainda pior, de 0,14 ponto percentual, com a estimativa de expansão indo a 0,55%.

A economia brasileira iniciou o quarto trimestre em queda depois de ter saído da recessão técnica, apontou o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) do próprio BC ao recuar 0,26% em outubro sobre o mês anterior.

A projeção para a balança comercial em 2014 foi piorada pela segunda vez seguida na pesquisa Focus, para déficit de US$ 1,86 bilhão, contra resultado negativo de US$ 1,60 bilhão na semana anterior.

Reuters