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Coordenador da bancada evangélica 'retira' indicações para o governo Bolsonaro e nega crise

O deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR) durante entrevista no Salão Verde da Câmara Foto: Daniel Marenco / Agência O GloboO coordenador da bancada evangélica,  Hidekazu Takayama (PSC-PR), afirmou que o grupo decidiu retirar os nomes indicados para compor o ministério do presidente eleito Jair Bolsonaro, mas negou a existência de qualquer crise. Mirando o Ministério da Cidadania , e atendendo a um pedido de Bolsonaro, a bancada indicou os deputados Gilberto Nascimento (PSC-SP), Marco Feliciano (Podemos-SP) e Ronaldo Nogueira (PTB-RS).

— Não há nenhuma obrigação da parte dele na escolha de nomes. A palavra certa entre nós e Bolsonaro é vinculação e princípios. Nós só queremos que o governo dê certo. Os cristãos e as famílias conservadoras o apoiam por isso — disse Takayama.

Um dos indicados, Gilberto Nascimento negou incômodo com o fato dos nomes não terem sido aceitos e disse que não há confronto entre a bancada evangélica e o presidente eleito. O deputado ressaltou que foi feita apenas uma sugestão e que cabe a Bolsonaro decidir sobre a nomeação.

— Isso é natural de começo de governo. Não há confronto nenhum. Ele pediu sugestões. Não nos explicou por que (não aceitou), mas não precisa explicar, porque quem nomeia é ele. É ele que tem a caneta.

Apesar do discurso, há sim descontentamento no grupo. Um deputado influente da bancada afirmou ao GLOBO que os nomes só foram enviados por solicitação do presidente e que o fato de eles terem sido ignorados expôs o grupo de forma desnecessária. Esse parlamentar ressalta que a necessidade de se indicar nomes para atender ao pedido tinha até gerado divisão na bancada porque alguns dos integrantes eram contra o gesto.

Além da polêmica relativa aos nomes ignorados para a pasta da Cidadania, há em setores da bancada a sensação de que Bolsonaro errou ao deixar o senador Magno Malta (PR-ES) sem nenhuma pasta. Apesar de evangélico, Malta não tem articulação forte com os colegas parlamentares, mas havia uma expectativa de que ele tivesse alguma função. Takayama evita polemizar e ressalta que se o senador vier a ter alguma função no governo seria por mérito próprio e não por indicação do grupo.

Fonte: O Globo
Créditos: Eduardo Bresciani e Daniel Gullino