prestação de contas

Convocado a depor, Alckmin diz que prestará todas as informações ao MP-SP

O MP paulista convocou Alckmin para depor no inquérito civil que apura o repasse não contabilizado de R$ 10,3 milhões a campanhas do tucano

 

O ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência pelo PSDB, afirmou nesta terça-feira (24) que ainda não foi notificado pelo Ministério Público sobre a convocação para que deponha no próximo dia 15 sobre financiamento de campanhas.

Alckmin também negou que a agenda, em plena campanha eleitoral, atrapalhe os trabalhos de sua candidatura — que será oficializada em convenção nacional, em Brasília, no próximo dia 4. Dia 15 é a data final estabelecida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para que as candidaturas sejam registradas. “Não atrapalha”, disse ao ser questionado sobre o assunto.

O MP paulista convocou Alckmin para depor no inquérito civil que apura o repasse não contabilizado de R$ 10,3 milhões a campanhas do tucano em 2010 e 2014 por parte da empreiteira Odebrecht. Indagado sobre o assunto em mais de uma oportunidade ao longo da pré-campanha, o tucano negou que tenha havido caixa dois em suas campanhas.

Hoje, após falar a uma plateia de empresários na Amcham (Câmara Americana de Comércio), Alckmin alegou que ainda não foi notificado, mas ressalvou que vai prestar as informações solicitadas pela promotoria.

“Não fui notificado, não tive nenhuma informação sobre isso, mas prestarei todas as informações — todas, todas, todas”, enfatizou. “É dever de quem está na vida pública prestar contas cotidianas.”

A informação sobre o depoimento foi publicada hoje pelo jornal “O Estado de S.Paulo”. É a primeira vez que o pré-candidato do PSDB à Presidência é alvo de notificação para depor em São Paulo sobre as delações da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato.

Por escrito, o Alckmin já prestou depoimento sobre o mesmo caso em outro inquérito que tramitava no STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas que foi remetido à Justiça Eleitoral paulista, em abril, após sua renúncia ao governo e a consequente perda do foro privilegiado.

O inquérito do MP, conduzido pela Promotoria do Patrimônio Público, foi aberto em 20 de abril deste ano. Além de Alckmin, são alvo da investigação Adhemar César Ribeiro, cunhado do tucano, e o ex-secretário e ex-tesoureiro da campanha de 2014, Marcos Monteiro. Ao MP, dois delatores da Odebrecht relataram que Ribeiro e Monteiro teriam recebido os pagamentos durante as campanhas de 2010 e 2014, quando o Alckmin se elegeu e reelegeu governador.

Fonte: Uol
Créditos: Uol