Política

Chapas formadas indicam fim da bipolarização nas eleições da Paraíba - Por Josival Pereira

Como será a disputa das eleições estaduais deste ano de 2022 na Paraíba? Com a realização das convenções partidárias para homologação de candidaturas, nesta sexta-feira, já é possível constatar, pelos candidatos lançados, que a eleição para governador será bastante diferente dos pleitos dos últimos 40 anos, fase da redemocratização, após a ditadura militar. A rigor, talvez possa se dizer que a disputa polo controle do governo do Estado será a mais diferente de tudo que já foi registrado na história política da Paraíba.

Como será a disputa das eleições estaduais deste ano de 2022 na Paraíba?

Com a realização das convenções partidárias para homologação de candidaturas, nesta sexta-feira, já é possível constatar, pelos candidatos lançados, que a eleição para governador será bastante diferente dos pleitos dos últimos 40 anos, fase da redemocratização, após a ditadura militar. A rigor, talvez possa se dizer que a disputa polo controle do governo do Estado será a mais diferente de tudo que já foi registrado na história política da Paraíba.

E em que consiste essa diferença?

Exatamente na quebra da bipolarização.

A história política paraibana, via de regra, registra a disputa pelo governo entre dois candidatos, dos dois maiores partidos políticos da ocasião, que arrastam as legendas menores como agregadas. As exceções são muito poucas. De 1982 pra cá, apenas em 1990 houve um ensaio de quebra da bipolarização, com então deputado João Agripino Neto (PRN) se metendo no meio da disputa entre Wilson Braga (PDT) e Ronaldo Cunha Lima (PMDB), apoiado pelo governador Tarcísio Burity. Chegou ainda a obter quase 11,96% dos votos válidos.

Em outros momentos, candidatos de partidos pequenos conseguiram remeter a disputa para o segundo turno, mas sem ameaçar em nada a bipolarização entre dois grandes caciques.

Sem o concurso das lideranças mais antigas (José Maranhão, Cássio Cunha Lima, Efraim Morais, Roberto Paulino e Ricardo Coutinho, que tenta concorrer ao Senado), políticos de novas gerações estão se aventurando, embora a maioria deles venha de famílias tradicionais. Trata-se de renovação geracional. As caras são novas, mas nomes e sobrenomes se repetem.

Assim, estão diretamente na disputa Pedro Cunha Lima, neto e filho de governador (Ronaldo e Cássio Cunha Lima) e Veneziano Vital do Rêgo, neto de governador (Pedro Gondim). Um terceiro nome novo na disputa é o do apresentador Nilvan Ferreira, que não é originário dos tradicionais grupos da política paraibana. Os três concorrem com o governador João Azevedo, que disputa a reeleição, mas também não tem origem nas famílias políticas tradicionais.

O que se vislumbra, então?

O indicativo é que esse bloco de quatro candidatos (existem outros três postulantes por pequenos partidos) quebre a bipolarização na disputa pelo governo do Estado. As pesquisas divulgadas até agora indicam que o governador João Azevedo está mais à frente e que os outros três estão embolados num segundo patamar. Mas todos com chances de chegar ao segundo turno, o que equivale a dizer que todos têm chances de se eleger. Eis a diferença.

Desse modo, não faltam razões para a eleição para governador na Paraíba ser muito instigante.

Fonte: Josival Pereira
Créditos: Polêmica Paraíba