entrevista

'Brasil perdeu mercado na exportação de etanol', diz presidente do Sindálcool

Edmundo Coelho Barbosa participou do programa Master News desta quinta-feira

sindalcoolO Presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool do Estado da Paraíba (Sindialcool), Edmundo Coelho Barbosa, falou sobre a atual situação dos plantadores do estado da Paraíba e a importância do álcool e das novas tecnologias para o cotidiano.

Em entrevista ao programa Master News, desta quinta-feira, 12, Edmundo Coelho afirmou que muitas usinas não conseguiu produzir a meta estabelecida para produção de combustível e destacou o quanto essa produção prejudica a economia paraibana e brasileira, ele explicou que o Brasil era um grande produtor de alcool, mas foi perdendo mercado para outros países produtores.

Ele esteve com o ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações do governo federal, Michel Temer, Gilberto Kassab e entregou carta pedindo mais atenção ao setor de produção de etanol.

Confira o documento:

Exmo. Senhor Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação
Gilberto Kassab Os empresários e produtores de Etanol do Estado da Paraíba vem oferecer à consideração de Vossa Excelência a necessidade de urgência de medidas pela competitividade do biocombustível etanol que reduz a poluição nas cidades e evita importações de gasolina. A poluição do ar é a quarta maior ameaça para a saúde humana, atrás da pressão arterial elevada, riscos dietéticos e o tabagismo.

No dia 13 de Dezembro próximo passado o Ministério de Minas e Energia junto com as nossas entidades do segmento sucroenergético lançaram em Brasília o plano anexo “Renova Bio – Combustíveis”, para ampliar a participação de biocombustíveis na matriz energética do país até 2030. Para o Etanol, a meta é expandir a produção de 28 bilhões para 54 bilhões de litros ao longo desse período.

A intenção do nosso segmento é que o plano seja transformado em lei e que em março de 2017 seja feita uma consulta pública sobre sua primeira versão, que será debatida até fevereiro. O Renova Bio nasceu de compromissos assumidos pelo Brasil na Conferência do Clima de Paris (COP21), que fixou metas de redução de emissões de poluentes pelos países participantes.

Para as empresas associadas a este Sindicato e todas as empresas produtoras no Brasil, a iniciativa do governo de abraçar os esforços do segmento em ampliar a produção de etanol demonstra uma grande mudança de postura e ajuda a “quebrar desconfianças do setor em relação a regras no Brasil”. É preciso haver confiança de que o papel esperado para o Etanol na matriz energética é esse que está posto nos nossos compromissos internacionais de redução de gases poluentes, como reafirmamos no lançamento do Renova Bio na sede do Ministério de Minas e Energia, em Brasília.

Nenhuma medida concreta foi tomada desde então, embora a demonstração de simpatia e a percepção de apoio do Presidente Temer como poderá ser visto nas fotos anexas. Nestas primeiras semanas do ano os produtores tiveram elevação da carga tributária com o fim da desoneração do PIS e COFINS, sendo obrigados a repassar para o preço os R$120,00 por metro cúbico, assunto que vinha sendo discutido com o Ministério da Fazenda. E não houve nenhuma medida majoração de PIS e COFINS em R$0,10 / litro sobre a Gasolina A na refinaria como era esperado pela nossa representação setorial, o Fórum Nacional Sucroenergético. Nada a respeito foi publicado Antônio Rabelo Júnior 170 Piso P1 CEP 58032-090 João Pessoa – PB Tel 83 3513-1800 sindalcool@sindalcool.com.br ainda no DOU além da notícia de elevação do preço do diesel, insumo essencial na agricultura. Essa situação prejudica a competitividade do Etanol agravada por não haver aumento de preço da gasolina, favorece ao contrário a gasolina, combustível poluente.

Nosso pleito é por intercessão de Vossa Excelência junto ao Presidente Michel Temer por elevação imediata do PIS e COFINS da Gasolina A na refinaria em R$0,10 por litro, expediente já discutido com o Ministério da Fazenda e encaminhado pelo Secretário Eduardo La Guardia para a Casa Civil, o que virá incentivar a maior utilização do Etanol no mercado. Em relação ao MCTI, solicitamos seu apoio em relação a aferição contínua de medição da poluição nas cidades, começando por João Pessoa e Campina Grande.

Enfatizamos que na Paraíba e no Brasil os investimentos de 40 bilhões de reais em elevação da capacidade produtiva estão suspensos ou cancelados em razão da falta de previsibilidade. E, solicitando que a medida de elevação de carga tributária recaia sobre a gasolina, poluente e causadora de evasão de divisas por ser importada em cerca de 40% do consumo nacional.

Etanol na Paraíba
Empresas produtoras: 08 Empresas Associadas 07
Empregos indiretos: 44.000 empregos indiretos.
Empregos diretos CAGED: 21780 empregos formais
Municípios: 26
Região: Litoral e Brejo
Faturamento anual no Estado da Paraíba: 1,1 bilhão de reais
Salários pagos: 289,0 milhões de reais
Compras de insumos no Estado: 629,0 milhões de reais
Compras interestaduais: 119,0 milhões de reais
Líder na Arrecadação de ICMS sobre Combustíveis produzidos na Paraíba.
Créditos: Polêmica Paraíba