delator contou tudo

BOMBA: Executivo da Odebrecht diz que delatou doação de verba caixa dois para deputados estaduais, federais e governadores

O ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedito Júnior, conhecido como BJ, disse em depoimento ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que no acordo de delação premiada assinado no âmbito da Lava Jato há 60 anexos em que ele fala sobre demandas de campanhas estaduais de vários partidos com a empreiteira baiana. Cada anexo é uma história contada pelo delator e pode ter um ou mais envolvidos.

benedicto_barbosa_da_silva_junior
Benedicto Barbosa da Silva Junior, diretor-presidente da construtora Odebrecht, em imagem de 2009 Benedito Junior, ex-presidente de Infraestrutura da Odebrecht
O ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedito Júnior, conhecido como BJ, disse em depoimento ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que no acordo de delação premiada assinado no âmbito da Lava Jato há 60 anexos em que ele fala sobre demandas de campanhas estaduais de vários partidos com a empreiteira baiana. Cada anexo é uma história contada pelo delator e pode ter um ou mais envolvidos.

Conforme a Folha adiantou na quinta (2), BJ disse no mesmo depoimento que, após pedido de apoio feito pelo presidenciável tucano Aécio Neves, em 2014, a Odebrecht doou, em caixa dois, R$ 6 milhões para as campanhas dos tucanos Pimenta da Veiga, derrotado na disputa ao governo de Minas, e Antonio Anastasia, eleito para o Senado, e também para o deputado federal eleito Dimas Fabiano (PP-MG).

BJ disse ainda que R$ 3 milhões em caixa dois foram dados ao marqueteiro Paulo Vasconcelos, responsável pela campanha de Aécio à Presidência. Ele admite ter pedido apoio ao empreiteiro, mas nega que tenha solicitado caixa dois. Pimenta da Veiga, Antonio Anastasia e Dimas Fabiano negam ter recebido valores não registrados em suas campanhas.

A declaração de BJ foi feita na quinta (2) quando ele prestou esclarecimentos no processo que investiga possíveis irregularidades da chapa eleita naquele pleito.

O ex-executivo não deu detalhes sobre as doações para outras campanhas estaduais e nem apontou nomes e partidos, porque o ministro Herman Benjamin, que conduziu o depoimento, considerou que declarações sobre outras candidaturas não são pertinentes ao caso, que investiga apenas a chapa Dilma-Temer.

O delator contou que tinha relação com todas as legendas e era o responsável dentro da empresa por receber as demandas estaduais. Ele atendia aos pedidos dos candidatos aos governos estaduais, ao Senado, Câmara e assembleias. As demandas das campanhas presidenciais ficavam a cargo de Marcelo Odebrecht, dono da empreiteira.

O delator disse que um terço das demandas eleitorais chegavam à Odebrecht por executivos que eram procurados pelos políticos. Disse que executivos tinham certa autonomia para pagar propina e para fazer doações em caixa dois.

Depois de definido o valor da doação a demanda era encaminhada para o Setor de Operações Estruturadas, conhecido como “departamento da propina”, que fazia o dinheiro chegar até a campanha.

BJ disse que as doações em caixa dois não significavam necessariamente pagamento de propina. Segundo ele, havia recursos que, apesar de não contabilizados, não eram contrapartida por um benefício conseguido.

O executivo citou quatro áreas em que a Odebrecht fez pagamentos de suborno, mas não relacionadas a campanhas. São elas o projeto da construção de um submarino nuclear, a concessão do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, a PPP (Parceria Público Privada) do Parque Olímpico e obras de metrôs.

Como nenhuma tinha vinculação com campanha eleitoral, mais uma vez BJ não deu detalhes.

OUTRO LADO

A Odebrecht disse que não comenta depoimentos prestados em sigilo por determinação do STF, mas “destaca que está implantando normas internas rigorosas para que a atuação em todas as suas empresas ocorra com ética, integridade e transparência”.

para comentar, é preciso ser assinante da Folha. Caso já seja um, por favor entre em sua conta cadastrada. Se já é assinante mas não possui senha de acesso, cadastre-se.
De Ulysses a Sarney. O �puder� migrou do iberismo troncho aguado pelos migrantes europeus em certas regiões para as regiões onde ainda vigora a cultura das capitanias hereditárias. PMDB e Centrão levam o Brasil para o fundão. Ulysses percebeu o desastre quando disse: �Não se pode fazer política com o fígado, conservando o rancor e ressentimentos na geladeira. A Pátria não é capanga de idiossincrasias pessoais. É indecoroso fazer política uterina, em benefício de filhos, irmãos e cunhados”.

Fonte: uol
Créditos: WÁLTER NUNES DE SÃO PAULO