Checagem de informação

As fake news contra Ricardo Coutinho: a mentira vencerá? - Por Flávio Lúcio

Quando se trata de Ricardo Coutinho, a ansiedade e o desejo de vingança têm levado alguns jornalistas paraibanos a abandonarem alguns princípios que, até alguns poucos anos atrás, eram caros à profissão: checar a veracidade da informação e procurar a vítima da possível acusação para que ela apresente sua versão dos fatos.

Quando se trata de Ricardo Coutinho, a ansiedade e o desejo de vingança têm levado alguns jornalistas paraibanos a abandonarem alguns princípios que, até alguns poucos anos atrás, eram caros à profissão: checar a veracidade da informação e procurar a vítima da possível acusação para que ela apresente sua versão dos fatos.

Na última segunda-feira, o jornalista Anderson Soares postou em seu blog, a partir, como sempre, de uma fonte “não identificada”, que o GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) realizava no instante em que ele escrevia a matéria, uma “operação de busca e apreensão na residência do ex-governador, Ricardo Coutinho”.

Talvez nem tanto pelo “furo”, mas pelas implicações, a ansiedade do jornalista não recomendou ao mesmo que checasse a informação antes de colocá-la no ar. Mesmo assim, ele a publicou a logo a mesma circulava nos grupos de Whatsapp, produzindo os estragos de sempre.

Instado por outros jornalistas, o Ministério Público foi obrigado a se pronunciar. E desmentiu a “informação”. Caso tenha apreço ao código de ética da profissão, Anderson Soares deve ter se envergonhado por ter sido identificado como autor identificado de uma fake news.

Talvez não. Não se sabe se por teimosia ou orientação jurídica – Ricardo Coutinho anunciou que vai processar o jornalista, – Anderson Soares apenas atualizou a postagem, informando aos seus leitores o que suas “fontes” revelaram: “a operação na casa do ex-governador, Ricardo Coutinho, não chegou a ser concluída.”

Nem essa fake news esfriara, Ricardo Coutinho foi atingido por uma outra, agora de autoria coletiva. Vários blogs pessoenses publicaram, como se verídica fosse, a informação de que Ricardo Coutinho se tornara réu no inquérito que investiga o assassinato do ex-gerente de Suporte na Prefeitura de João Pessoa, Bruno Ernesto, um rumoroso caso que esses mesmo jornalistas há anos insinuam ter sido um crime encomendado, apesar de nada nas investigações até agora terem apontado para isso.

O conhecido jornalista Helder Moura abriu assim a postagem que ele publicou em seu blog: “O ex Ricardo Coutinho está formalmente apontado como réu no processo que apura o assassinato de Bruno Ernesto. ”  A “notícia” mais uma vez circulou pelo Whatsapp e provocou o efeito de sempre. Eu mesmo recebi várias inquirições com a pergunta: “Isso é verdade”?

Não, mais uma vez não era verdade. Quem esclarece é o advogado de Ricardo Coutinho, Sheyner Asfóra, em nota que teve de distribuir à imprensa e ao público em geral, certamente desesperançoso por não poder consertar o estrago já produzido.

  1. O processo no qual se basearam alguns jornalistas para afirmarem que RC havia se tornado réu e responderia pelo crime apontado se origina de uma representação “de cunho político” que obrigou a justiça a investigar.
  2. Investigação foi determinada pelo STJ e já realizada pela Polícia Federal, que nada encontrou, tanto que RC não foi denunciado pelo Ministério Público, não sendo ele, portanto, réu, como apontado por esses e outros jornalistas citados.

A nota do advogado de Ricardo Coutinho foi divulgada em todos os blogs que lançaram a público a informação de que RC era réu no referido processo. Até agora não apresentaram nenhuma contestação nem reafirmaram o que escreveram.

Seria muito fácil de se chegar a essa informação, caso o que estivesse em questão mesmo fosse a busca da verdade. Ao que parece, é de outro tipo de assassinato que se trata aqui: o assassinato de reputações.

E Ricardo Coutinho tem uma para proteger.

Fonte: Leia Flavio Lúcio
Créditos: Leia Flavio Lúcio