Afastamento

Advogado que emprestou jatinho para Dória se afasta de casos da prefeitura de SP

O advogado Nelson Wilians, defensor do prefeito João Doria em casos particulares e dono de aeronaves que ficam à disposição do tucano para viagens pelo país, anunciou, na tarde desta segunda-feira (25), que deixou de atuar em processos que têm a Prefeitura de São Paulo como parte.

O advogado Nelson Wilians, defensor do prefeito João Doria em casos particulares e dono de aeronaves que ficam à disposição do tucano para viagens pelo país, anunciou, na tarde desta segunda-feira (25), que deixou de atuar em processos que têm a Prefeitura de São Paulo como parte.

Doria viajou em jatos de Wilians em pelo menos duas ocasiões neste ano. Na primeira, em abril, foi a Pirenópolis para o casamento da filha do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). A segunda vez foi em agosto para um dia de atividades políticas em Palmas (TO). Na primeira viagem, deu carona para o governador paulista, Geraldo Alckmin.

Conforme pesquisa feita no site do Tribunal de Justiça de São Paulo dias atrás, Wilians representava clientes em 63 processos contra a Prefeitura. O mais recente havia sido distribuído em março, quando Doria já era prefeito.

 

A situação, conforme juristas e professores de direito ouvidos pelo Valor Econômico em reportagem publicada na semana passada, levanta suspeita sobre conflito de interesses. Em relação ao prefeito, também enseja risco de violação à Lei de Improbidade Administrativa e desrespeito ao Código de Conduta Funcional do município, norma que estabelece R$ 100 como limite para recebimento de brindes e presentes.

Doria e Wilians afirmam que o uso de aeronaves do advogado por parte do prefeito ocorre no âmbito de um acordo de troca de horas entre eles. Wilians, dessa forma, pode viajar no avião particular de Doria quando precisar. Ambos negam que haja conflito de interesse na relação.

Por meio de sua assessoria, o advogado divulgou a seguinte nota hoje:

O advogado Nelson Wilians esclarece que não há conflito de interesse ao atuar em alguns processos judiciais contra o Município de São Paulo, já que não mantém nenhuma relação contratual ou institucional com a prefeitura. Ainda assim, deixou de atuar nos processos que envolvem a prefeitura para evitar qualquer tipo de avaliação subjetiva.

Fonte: Valor Econômico