na paraíba

VEJA VÍDEO: Suspeito de manter mulher e filha em cárcere privado por 5 anos é preso

Mãe e filha só conseguiram se libertar do cárcere após uma vizinha ter percebido a situação e jogado um aparelho celular pelo muro para que a mulher chamasse a polícia e pedisse ajuda

Suspeito de manter a mulher, Elisoneide Gadelha da Costa, e a filha, em cárcere privado, por 5 anos, trancadas com cadeado dentro de uma casa na cidade de São Bento, no Sertão da Paraíba, Francisco Flávio Miranda de Carvalho, de 58 anos, foi preso, em flagrante, na manhã desta terça-feira (20).

De acordo com informações da polícia, o homem agredia as vítimas e as deixava sem comida. Mãe e filha só conseguiram se libertar do cárcere após uma vizinha ter percebido a situação e jogado um aparelho celular pelo muro para que a mulher chamasse a polícia e pedisse ajuda. Em depoimento à polícia, o suspeito negou todas as acusações.

O delegado Sheldon Andrius Fluck, responsável pelas investigações, disse que o casal morava junto há 5 anos e que desde então a mulher, uma pedagoga de 29 anos, teria sido submetida ao cárcere. Eles tiveram uma filha que atualmente está com 2 anos, que não teria sequer sido registrada e que também era vítima de todas as agressões.

Ainda conforme o delegado, um laudo médico comprovou as agressões na mulher e na criança.
Conforme o delegado, ele “alegou que ela foi para colação de grau em João Pessoa ano passado. Eu questionei ela e ela disse que fez uma faculdade à distância e que realmente foi para a colação em João Pessoa, mas não procurou ajuda porque ele estava com a filha deles em casa e ela não tinha nem registro. Se ele fizesse algo com ela, não teria nem como provar a existência da filha”.

“Ela [a mulher] disse que ele as agredia constantemente e as deixava passando fome. Quando ele saía de casa cortava a energia e ameaçava a mulher de morte caso ela contasse a alguém. Ela não mantinha contato com ninguém. Os vizinhos, que moravam na região há cerca de três anos, nunca tinham visto a mulher nem a criança. Elas só saíram de casa para ir ao médico e mesmo assim eram enroladas com um cobertor, como foi no dia do parto”, detalhou o delegado ao falar sobre o que a vítima relatou à polícia durante o depoimento.

Sheldon Andrius acrescentou que uma mulher que mora ao lado da casa onde as vítimas estavam sendo mantidas em cárcere privado ouvia barulhos e escutava o choro da criança, de modo que decidiu ajudar as vítimas arremessando o celular pelo muro para que a mulher pudesse pedir socorro para sair do cárcere.

A vítima procurou a polícia e, ao chegarem no local, os policiais constataram o fato. “O lugar estava todo revirado, bagunçado e sem comida”, pontuou o delegado.

O homem preso trabalha em uma empresa de materiais de construção. Ele vai ser autuado por cárcere privado e encaminhado para a penitenciária de Catolé do Rocha, também no Sertão.

A mulher foi ouvida e liberada. Segundo a polícia, ela iria voltar para a casa onde teria sido mantida em cárcere privado, pois a família dela é do estado de Pernambuco.

Fonte: Sertão Total
Créditos: Sertão Total