aumento da violência

Mais de mil inquéritos de violência contra a mulher são instaurados em três meses, na Paraíba

Os dados são da Coordenação das Delegacias de Atendimento a Mulher da Paraíba

Apenas nos três primeiros meses do ano, 1.016 inquéritos foram instaurados nas delegacias da mulher da Paraíba. O número indica a quantidade de denúncias de violência contra a mulher que estão sendo investigadas desde janeiro até março de 2019, o que representa, aproximadamente, 11 mulheres vítimas de violência por dia. Conforme a delegada adjunta da mulher de João Pessoa, Renata Matias, há outros casos que são registrados e, no entanto, a vítima prefere que a polícia não investigue o caso.

Em janeiro, as 14 delegacias especializadas da mulher registraram, juntas, 403 inquéritos, 313 em fevereiro e 300 em março. “Eu considero que as mulheres estão denunciando mais, temos percebido, sim, um aumento no número de denúncias, elas não estão ficando mais caladas”, declarou Renata Matias. Os dados são da Coordenação das Delegacias de Atendimento a Mulher da Paraíba.

Muitas vezes, durante o registro da denúncia, há o pedido, feito pela vítima, de uma medida protetiva. Porém, os números não são os mesmos dos inquéritos, já que muitas mulheres escolhem pela não investigação ou, simplesmente, abrem o inquérito e não solicitam a medida protetiva.

Veja número de investigações de casos de violência contra a mulher e medidas protetivas, na Paraíba

Números são dos três primeiros meses de 2019

Medidas protetivas: 1.133Inquéritos policiais: 1.016

Fonte: Cordeam/Polícia Civil/Paraíba

Em janeiro de 2019, foram concedidas 385 medidas protetivas, uma diferença de 18 com relação ao número de inquéritos instaurados no mesmo mês. Em fevereiro, foram 337 medidas, nesse caso, 24 a mais em relação aos casos investigados. No mês de março, a Polícia Civil concedeu 411 medidas protetivas, mais de cem, além dos inquéritos instaurados.

Os números mostram que, apesar de muitas mulheres ainda estarem denunciando, uma parte delas não escolhe pela medida protetiva contra o agressor. “O inquérito é quando foi aberta a investigação. Existem situações e casos em que a mulher só faz a solicitação da medida protetiva. Elas [as medidas protetivas] existem com representação, quando abre o inquérito policial, e sem representação, quando não abre o inquérito”, explicou Renata.

A Lei Maria da Penha, que abraça as mulheres vítimas de violência contra a mulher com punição ao agressor, não engloba apenas a violência física. É preciso estar atenta para outros tipos de agressões que também são danosas e também culminam em um crime. A violência psicológica, verbal, patrimonial, também estão inseridas na lei. “É comum ter em um mesmo inquérito mais de um tipo de violência. Inclusive, muitas mulheres não acreditam na violência verbal”, declara Renata.

Fonte: G1PB
Créditos: G1PB