feminicídio

Juiz solta homem antes de matar a esposa e diz não ter “bola de cristal”

Juiz responsável por soltar Vinícius Rodrigues de Sousa, 24 anos, um dia antes de ele matar a ex-companheira, Aragonê Nunes Fernandes se manifestou sobre o caso: “Por não termos ‘bola de cristal’, não temos como prever aqueles que realmente concretizarão as ameaças que fazem”.

A declaração foi feita em nova audiência de custódia, nesta quinta-feira (7/6), um dia após o feminicídio de Tauane Morais dos Santos, 23. Para o magistrado do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Samambaia, “prender a todos, indistintamente, não parece ser o melhor caminho a seguir”.

Em nova audiência, na qual converteu a prisão em flagrante de Vinícius em preventiva nesta quinta (7), o juiz explicou que há dois dias o suspeito esteve no órgão e foi colocado em liberdade provisória, pelo próprio magistrado, com medidas cautelares e protetivas à vítima.

As garantias dadas pela Justiça, porém, não salvaram Tauane. “Elas, no entanto, não se mostraram suficientes. Ao contrário. Mesmo ciente da impossibilidade de procurar a vítima, ele retornou à residência e retirou a vida dela, tentando ainda suicídio”, comentou.

A primeira prisão de Vinícius ocorreu no domingo (3). O suspeito foi solto na terça (5), após audiência de custódia. Na ocasião, o juiz Aragonê Nunes Fernandes entendeu que a medida solicitada pela vítima era suficiente. Mas, na quarta (6), Vinícius cometeu o feminicídio, em Samambaia.

Registro policial
Tauane Morais dos Santos denunciou o pai de seus dois filhos, um garoto de 2 anos e uma menina de 4, após ter sido agredida por ele. Em depoimento à 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia), a vítima contou que Vinícius sempre foi violento e ciumento.

O crime ocorreu após o término do namoro, no último fim de semana. O jovem teria, segundo Tauane, começado a se comportar de maneira violenta e descontrolada no interior do apartamento onde eles moravam. O acusado teria chamado a moça de “vagabunda”, pegado um punhal e a ameaçado de morte.

O agressor passou a quebrar tudo que era de propriedade da mulher, como televisão, geladeira, guarda-roupas e ainda rasgou as cortinas do imóvel com o punhal.

Fonte: Metrópoles
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