Perdendo a cabeça

Diretor agride com socos professor de colégio particular -VEJA VÍDEO

Cristiano relatou  que o conflito se iniciou porque a escola quis descontar valor equivalente a três dias de trabalho da multa pela rescisão...

Imagens de câmera de segurança flagraram a agressão de um diretor de colégio particular contra um professor de língua espanhola da unidade de ensino, nesta quinta-feira (7/6). Coordenador do Centro de Ensino Logos de Samambaia, Paulo Victor Bezerra atacou a socos Cristiano Alexandre Batista, 36 anos, na sede do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep-DF), no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), quando o docente tentava homologar rescisão contratual.

Cristiano relatou  que o conflito se iniciou porque a escola quis descontar valor equivalente a três dias de trabalho da multa pela rescisão. Segundo o professor, a instituição alegava que o profissional tinha faltas não compensadas. O docente argumentou que não lecionou nesses dias por problemas de saúde.

“Tenho rim transplantado há 11 anos. No início do mês passado, tive intercorrências e precisei ir ao Instituto Hospital de Base (IHB). Por isso, faltei”, narrou Cristiano . “Inclusive, tenho dois atestados médicos. Um, de cinco dias, concedido em 3 de maio deste ano. O outro, de quatro dias”, acrescentou. O professor lecionou no colégio por nove meses e, segundo ele, foi demitido no mês passado.

Após contestar o desconto feito pela escola, Cristiano teria afirmado ao funcionário do Sinproep responsável pela homologação que faria ressalvas. Naquele momento, Paulo Victor supostamente se irritou. “Ele me chamou de ‘moleque’ e ‘irresponsável’. Eu falei que isso era ele. Aí me empurrou e me agrediu com socos e pontapés.”

Ainda de acordo com Cristiano, o diretor do colégio colocou a vida dele em risco ao chutá-lo próximo à região do rim transplantado. “Vou acionar a Justiça contra o desconto feito pela escola e por causa da agressão física”, finalizou, logo após ter registrado boletim de ocorrência na 5ª Delegacia de Polícia (Área Central).

O sindicato reprovou a atitude do diretor e prestou apoio ao professor. Inclusive, disponibilizou o próprio advogado para suporte ao docente. O diretor jurídico do Sinproep, Rodrigo de Paula, afirmou que colegas da rede privada de ensino organizam manifestação em frente ao Centro de Ensino Logos.

Outro lado
Ao Metrópoles, o advogado do centro de ensino, Edemilson Costa, negou agressão de Paulo Victor contra Cristiano. Ele afirmou que o diretor apenas se defendeu. “A instituição quis pagar todos os direitos previstos na legislação, mas o professor não aceitou, teve reação exacerbada e denegriu o centro de ensino e o Paulo”, alegou. “O Paulo, diante dessa situação, tentou se defender. Por isso, apenas empurrou o professor”, acrescentou.

A reportagem questionou o advogado sobre por que o diretor continuou a desferir golpes mesmo após Cristiano cair no chão. “O Paulo tentou fazer com que ele (professor) não se levantasse, porque estava em momento de fúria. Se há um agressor, é o professor. Se há um agredido, é o Paulo, no aspecto moral, físico e emocional”, respondeu.

A nova legislação trabalhista diz que rescisões contratuais não exigem homologação nos sindicatos, mas podem ser feitas diretamente com o empregador. Apesar disso, o diretor jurídico do Sinproep afirma que o procedimento é realizado no DF por causa de uma convenção da categoria. Após a confusão, a homologação da rescisão do professor foi suspensa.

Veja o momento da agressão:

https://youtu.be/001tnVec6C8

Fonte: Metrópoles
Créditos: Metrópole