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Caso Guilherme completa 1 ano; polícia continua sem respostas sobre morte da criança

Garoto sumiu no dia 10 de fevereiro de 2018 e ossada só foi encontrada 5 meses depois

Há exatamente um ano a vida de Valdenice Marinho, dona de casa que hoje trabalha com reciclagem, começava a tomar outros rumos. No dia 10 de fevereiro de 2018, seu filho Guilherme, de apenas 7 anos, desapareceu quando brincava com amigos na comunidade do Taipa, bairro do Costa e Silva, periferia de João Pessoa.

Foram cinco longos meses sem nenhuma resposta sobre o paradeiro do garoto, sem a família saber o que poderia ter acontecido, se ele estaria vivo ou não. Até que, na metade do mês de julho, foi encontrada em uma mata da região de Gramame, também na capital paraibana, a ossada de uma criança enterrada em uma cova rasa. Posteriormente, a perícia confirmou que os restos mortais eram, de fato, de Guilherme.

Na época, a Polícia Civil constatou que o menino foi assassinado e que teve traumatismo craniano na região frontal da cabeça. Desde então, porém, nenhum suspeito de ter cometido o crime foi encontrado, o que deixa Valdenice e toda a família ainda com sentimento de justiça.

“Estamos sem resposta pra esse caso né? Continua aí a solta esse assassino de Guilherme, que ninguém sabe quem é. Mas eu tenho fé em Deus que tá parado pela Justiça, mas por Deus não está não, porque eu sei que Deus vai revelar quem é essa pessoa. A pessoa cometer um crime com uma criança, é um monstro”, diz ela, em visita de nossa equipe à sua casa.

Na pequena residência, há dois quadros de Guilherme pregados na parede, sendo um deles com a frase “A tua presença continuará sempre no meio de nós, e nem o tempo fará esquecer você”. Segundo a mãe do garoto e de outros cinco filhos com idades entre 6 e 18 anos, todos os detalhes fazem lembrar dele.

“Eu olho para um lado, olho para outro, não vejo meu filho, só foto. As coisas dele estão aqui ainda. Só nos restam saudades, e o que eu peço é só justiça, porque Guilherme era minha vida. Só de pensar que ele pediu pra brincar e aquele foi o último momento que eu tive com ele… se eu adivinhasse não tinha deixado nem ele sair daquele portão. É revoltante, doloroso”.

Valdenice ainda guarda com carinho tudo relacionado ao segundo filho mais novo. Ela nos mostra uma gaveta cheia de roupas de Guilherme, onde fica “a camisa que ele mais gostava” e outra “que ele usou no ano novo”. Ao mesmo tempo, Kauan, de 11, e Maria Letícia, de 6 anos, deixam, timidamente, cair lágrimas ao lembrarem do irmão.

“É difícil, os meninos ficam chorando no canto quando veem uma roupa dele, quando veem as fotos. Um desenho que passa na televisão que ele gostava. Alguma coisa que lembra ele, os meninos começam logo a chorar”, conta a mãe, emocionada.

Quando perguntada sobre as últimas respostas que obteve da polícia a respeito da investigação do caso, ela diz que há algum tempo não recebe nenhuma atualização. Segundo a dona de casa, não se tem notícias de suspeitos, e não valeria a pena se deslocar até a Central de Polícia Civil da cidade, no bairro do Geisel, para ter informações. A viagem comprometeria o curto orçamento da família, já que, de acordo com ela, tem dias em que não há nem comida o suficiente para todos, por exemplo.

“A última vez que eu tive na delegacia o delegado disse que tava esperando um inquérito do fórum chegar para continuar as investigações, e até agora nada. A sensação é como se nada tivesse acontecido. Para eles nada aconteceu, quem fica com a dor sou eu. Fica como se meu filho e esse caso não tivessem existido”.

Valdenice também explica que mesmo após mais de seis meses do sepultamento de Guilheme, ela ainda não recebeu a certidão de óbito do garoto. Já o pai da criança está preso por tráfico de drogas, mas deve deixar a cadeia em breve e retornar para casa. Ele pode contribuir com o desenrolar do caso ao prestar depoimento à polícia.

Fonte: T5
Créditos: Vitor Feitosa