três anos de idade

Após exame de DNA, tio é preso suspeito de matar meninas na Zona Leste de SP

O tio de uma das meninas achadas mortas dentro de uma van, no Dia das Crianças, na Zona Leste de São Paulo, foi preso pela polícia após a perícia encontrar sêmen na camiseta de uma das vítimas. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (16) pelo Bom Dia Brasil, que teve acesso exclusivo ao inquérito do caso.

Thiago Henrique Oliveira Santos, de 27 anos, foi detido em 31 de outubro por suspeita de participar do sequestro, estupro e assassinato da sobrinha, Beatriz Moreira dos Santos, a Bia, e da amiga dela, Adrielli Porto, a Mel, ambas de 3 anos de idade.

Mesmo diante do exame de DNA da perícia apontar presença de material genético de Thiago na roupa de Bia, o tio nega os crimes. Alega que tinha o costume de se limpar com as roupas espalhadas na casa onde morava com a mulher, o filho, a mãe e a sobrinha.

Ele disse que, no dia em as meninas desapareceram estava em casa cuidando do filho e não se lembra como Bia estava vestida.

Além de Thiago, mais dois homens estão presos temporariamente pelo mesmo crime: o motorista Marcelo Pereira de Souza, de 37, e o pintor Everaldo de Jesus Santos, 53. Desses, somente Marcelo confessou o envolvimento nos crimes, segundo a polícia. Everaldo também alegou inocência.

Reconstituição

A Polícia Técnico-Científica marcou para às 11h desta quinta-feira (16) a reconstituição do caso para que a Polícia Civil possa ter elementos que apontem quem dos três suspeitos está falando a verdade.

Mel e Bia moravam no Jardim Iapena e desapareceram no último dia 24 de setembro quando brincavam perto de casa. Familiares chegaram a pregar cartazes em postes com fotos das duas. Os corpos foram encontrados dentro de um furgão abandonado no dia 12 de outubro. O veículo havia sido roubado em 2013.

Marcelo e Everaldo foram presos no dia 20 de outubro após a mulher do motorista contar que o marido e os comparsas dele tinham sequestrado, estuprado e matado as crianças.

Os dois homens foram torturados no dia 15 de outubro por criminosos do bairro onde as meninas moravam. Resgatados pela Polícia Militar (PM), na época, eles negaram na delegacia ter cometido o duplo homicídio.

O Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso, descartou a possibilidade de as meninas terem entrado na van e se trancado. Peritos da Polícia Técnico-Científica realizaram diversos exames nos corpos, que concluíram que as duas foram assassinadas.

Para chegar a identidade dos suspeitos pelos crimes, a perícia analisou mais de cem impressões digitais encontradas em roupas, papéis, na lataria e nos vidros do carro.

Cronologia

Veja abaixo a cronologia do crime a partir do inquérito obtido pelo Bom Dia Brasil:

15 de outubro
Três dias depois de os corpos terem sido encontrados, um grupo de cinco pessoas sequestrou e torturou dois moradores do bairro para que eles confessassem a participação no crime.

O motorista Marcelo e o pintor Everaldo só não foram mortos porque a polícia descobriu o cativeiro para onde eles tinham sido levados por bandidos do bairro. Eles negaram participação nas mortes e foram liberados.

19 de outubro
Mas quatro dias depois, a mulher de Marcelo procurou o DHPP com uma revelação. Disse que o marido contou que sequestrou, estuprou e matou as meninas com a ajuda de Everaldo.

20 de outubro
A Justiça decretou a prisão temporária de Marcelo e Everaldo no mesmo dia em que as meninas foram enterradas. Os parentes comemoraram.

O tio de bia, Thiago, chegou a dizer que a família conhecia os suspeitos. “Conhecia, ele morava do lado de casa. Nós dava [sic] comida pra ele”, falou à TV Globo na época.

31 de outubro
Onze dias depois da entrevista, Thiago também foi preso. Os exames de DNA comprovaram que havia sêmen dele nesta camiseta da sobrinha, que estava no furgão. O laudo é categórico: o material encontrado na camiseta é de Thiago.

Perícia

Everaldo, que juntamente com Thiago, negou os crimes, concordou em fornecer material genético para provar sua inocência.

Os peritos também analisaram oito impressões digitais colhidas no carro e nove que estavam espalhadas no furgão.

O laudo informa que ‘não foi possível constatar a existência de datilogramas coincidentes’. Ou seja, não dá pra afirmar, com certeza, que as digitais encontradas no carro são de Everaldo ou de Marcelo, o a confessar os crimes.

Fonte: G1
Créditos: Bruno Tavares e Robinson Cerântula