Polícia prende colombianos acusados de tráfico internacional em João Pessoa

Segundo investigações, grupo lava dinheiro por agiotagem na Paraíba

13-salarioUma organização criminosa da Colômbia que teria feito pelo menos cem vítimas em João Pessoa foi mapeada pela Polícia Civil. O delegado titular da 11ª Delegacia Distrital, no bairro do Valentina, Erilberto Maciel, não descarta a possibilidade de os colombianos estarem lavando dinheiro do tráfico de drogas do seu país de origem emprestando o dinheiro a pequenos comerciantes e, posteriormente, extorquindo-os.

As investigações duraram quase um ano e culminaram na prisão de duas pessoas, contudo, na opinião do delegado, há em torno de 200 colombianos espalhados pela capital atuando no crime de extorsão.

“Uma alternativa fácil para esse tempo de crise”, essa era a opção que os colombianos são acusados de oferecer para os pequenos comerciantes, seu público-alvo. Conforme o delegado, eles estariam atuando na Região Metropolitana de João Pessoa pelo menos desde o ano passado, quando a polícia identificou primeiros registros dessa atuação. “As informações chegaram a mim por meio de denúncias anônimas e até familiares de vítimas que vinham à delegacia denunciá-los. Os comerciantes tinham medo. Muitos perderam tudo e até tiveram que se mudar por medo de perder a vida”, declarou o delegado.

O modus operandi dos acusados era sempre o mesmo: primeiramente escolhiam uma área em que pequenos comerciantes atuassem e ofereciam para eles o que parecia ser uma ótima oportunidade por meio de um empréstimo. As condições de pagamento eram apresentadas em um cartão de visitas com a logo ‘Empréstimo Já. Dinheiro na hora. Somente para donos de negócios. Planos de pagamento diários. Sem comprovação de renda, fiador, cheque ou contracheque’. No verso do cartão estavam os valores dos empréstimos, que iam de R$ 500 a R$ 2.000 com parcelas de pagamento que podiam ir de R$ 30 a R$ 120. “Por terem que ser pagas diariamente, muitos comerciantes começavam a não ter como honrar com o pagamento, o que gerava uma ‘bola de neve’, fazendo com que eles adquirissem novos empréstimos para quitarem os anteriores e, então, se iniciavam as extorsões e cobranças mediante ameaça”, detalhou Erilberto Maciel, que mostrou à reportagem um caderno encontrado na posse dos dois colombianos detidos. Nele, os nomes de pelo menos cem pessoas estavam listados como clientes da dupla. “Acreditamos que tenha muito mais vítimas. Eles queriam essas pessoas ‘trabalhando’ para eles”, declarou Maciel.

Jornal da Paraíba