Paraíba só não chegou ao fundo do poço em matéria de insegurança pública porque o governo, ao que parece, continua cavando. - Polêmica Paraíba

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Paraíba só não chegou ao fundo do poço em matéria de insegurança pública porque o governo, ao que parece, continua cavando.

Centavos para capacitar PM

Por Rubens Nóbrega

Disse ontem na CBN João Pessoa que a Paraíba ainda não chegou ao fundo do poço em matéria de insegurança pública. Não chegou porque continuam cavando, a julgar pelo que descobriu a auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) nas contas de 2011 e 2012 do governador. Conforme publicou este Jornal na edição dessa quarta-feira (10), o governo que aí está aplicou míseros R$ 3 mil na capacitação de policiais militares no seu primeiro ano de gestão e repetiu a dose e a verba no segundo.

Para termos uma ideia mais precisa do que isso representa, resolvi calcular o quanto o governo investiu per capita para melhorar o desempenho dos nossos PMs e, por extensão, de todo o aparelho de segurança pública do Estado. Pois bem, em 2011 fechamos com um efetivo 10.078 na Polícia Militar, mais 20 no Gabinete Militar e mais 1.240 no Corpo de Bombeiros, segundo o Sagres, o sítio do TCE na Internet onde o contribuinte pode visitar o que Estado e municípios fazem com o nosso dinheiro.

Quem for lá vai ver que juntando todo o pessoal militar que aparece na folha de dezembro daquele ano a conta fecha em 11.338 homens e mulheres em tese a serviço de proteger as pessoas de bem e combater o crime. Agora, se dividirmos entre os membros de todo aquele contingente os R$ 3 mil que o governo destinou à capacitação da PM nos seus primeiros doze meses de reinado, chegaremos a inacreditáveis 26 centavos por cabeça. Esse resultado, com diferença de centésimos, vale também para 2012, que encerrou com um efetivo de 10.191 na PM, 1.238 no CB e 22 na Casa Militar, totalizando 11.451. Dividindo os R$ 3 mil da capacitação por toda a tropa, teremosquase os mesmos e incríveis 26 centavos por cabeça.

Fazendo água
Com base nesses números, dá para dizer que realmente a Paraíba só não chegou ao fundo do poço em matéria de insegurança pública porque o governo, ao que parece, continua cavando. Tanto que já deu n’água, em muita água. Mas, pelo visto, toda ela foi canalizada para lavar dependências do recém reformado estádio Almeidão e do há pouco reinaugurado Espaço Cultural, ambos em João Pessoa. E os pingos que sobraram estariam sendo utilizados em testes de resistência do material com que são recapeadas ou asfaltadas as rodovias estaduais contempladas pela atual administração.

Caóticas calçadas
Estou quase desistindo de cobrar do Prefeito Luciano Cartaxo e equipe que providenciem pelo menos um reles tapa-buracos nas calçadas mais pisadas da nossa Aldeia das Neves, principalmente aquelas das ruas do comércio e do centro histórico da Capital. Se desistir da cobrança, restará torcer para que a saúde pouca me segure neste mundo o tempo suficiente de ver algum dia um alcaide interessado em poupar os ossos ou os dedões dos pés dos seus concidadãos que não podem andar de cabeça erguida no passeio público. De qualquer modo, andar olhando pro chão pode até prevenir quedas e topada, mas não evita esbarrare se estreparnos mais diversos obstáculos – de tocos de cimento a correntes de ferro – que particulares instalam à vontade nas calçadas esburacadas e de piso irregular da cidade. Calçadas que ameaçam viventes e sobreviventes ou servem como estacionamento de carros, obrigando o transeunte a disputar o leito da rua com motoristas, motoqueiros, ciclistas, carroceiros…

O alerta de Robson
Colaborador assíduo da coluna, o amigo Robson alerta este e todos os demais contemporâneos para “o perigo dos minipostes que estão implantando em algumas de nossas já sofríveis calçadas”. Cita o emblemático e exemplar Jaguaribe, mais precisamente a rua por trás do Fórum Cível (da João Machado), onde flagrou com uma câmera fotográfica “verdadeiros absurdos”. Um desses absurdos é um poste que impede a passagem de qualquer cadeirante e dificulta ao extremo a mobilidade humana de qualquer pessoa com necessidades especiais de locomoção. Além do quê, “ali mesmo há um outro poste sem utilidade (sim, isso mesmo, simplesmente foi “esquecido” lá, sem ter um fio sequer) e tem portão de garagem que para acomodar o carroprecisa invadir a calçada”, relata, avisando que vai mandar – como já mandou – fotografias dessas e de outras afrontas à Postura Urbana e aos pedestres. Vou repassá-las ao prefeito e equipe.

É assim que se faz
Taí, gostei. Em vez de ficar ‘moendo’, o Sindifisco-PB decidiu cobrar formalmente ao Ministério Público e à Justiça Eleitoral que apurem as denúncias do governador Ricardo Coutinho de que, se quisesse, teria toda a Assembleia a seu favor, ao custo médio de R$ 300 mil por cabeça. Assim como teria também toda a mídia ‘comendo’ na palma de sua mão, embora não tenha declarado, nesse caso específico, o preço com que corromperia jornalistas, radialistas e as empresas para as quais esses profissionais e certos picaretas trabalham. De qualquer sorte, o Sindifisco apurou o seguinte: enquanto investe apenas R$ 2 milhões em setores estratégicos feito a Cultura, o atual governo já teria torrada nada menos que R$ 181 milhões com a propaganda de ações e realizações, entre as quais algumas obras que estariam se desmanchando sob a primeira chuvarada mais forte.