DEBATE

Médico paraibano critica ministro da Saúde: 'Pacientes têm que ir ao médico para prevenir doenças mesmo'

Italo Kumamoto afirmou que os brasileiros estão mais cuidadosos com a saúde e isso é pra ser comemorado

master news 19O programa Master News, da TV Master, recebeu três médicos e um advogado para debater as propostas do Ministério da Saúde e o atual momento que o Brasil passa. Participaram da discussão desta noite desta terça-feira, 19, os profissionais Tarcísio Campos, André Pacceli e Italo Kumamoto, além do advogado Rodrigo Maia, que atua junto a hospitais de João Pessoa.

Sobre a declaração do ministro da Saúde dando conta que muitos brasileiros só acreditam que são bem atendidos quando saem da consulta com prescrição de medicamentos ou exames, o presidente do Sindicato dos Médicos da Paraíba, Tarcísio Campos, disse que “até certo ponto, ele tem razão, as faculdades de medicina tem deixado de formar os médicos com mais destaque a parte clínica, é muito importante formar o médico para consultar bem cada paciente, para diagnosticar bem cada paciente, mas discordo que haja pacientes que procurem a rede pública de saúde sem estar doente”.

Italo Kumamoto disse que 200 milhões de brasileiros estão doentes, “está doente o brasileiro pobre, o brasileiro rico e, principalmente, o que mora em Brasília que não dorme mais desde o início da Lava Jato, ele deveria agradecer o fato dos brasileiros irem ao médico preventivamente, antes de adoecer, cada dia mais as pessoas buscam o médico em busca de dicas para não adoecer, para se cuidar melhor”.

André Pacceli disse que o ministro foi infeliz na forma de falar, mas destacou que “um médico hoje faz consultas e consegue diagnosticar problemas de saúde que não era possível detectar 40 anos atrás, eu trabalho como anestesista há 25 anos e percebo muitas mudanças com a passagem deste tempo, há também na forma do médico, o modelo de remuneração do profissional e isso deve ser discutido porque cada profissional deve ser remunerado da forma correta pelo tratamento dos pacientes”, acrescentou.

Pacceli falou ainda sobre a proposta de criação de um plano de saúde popular e afirmou que “Ricardo Barrros admitiu que o governo não tem condições de manter o SUS funcionando, mas não pensou também que os planos de saúde, que já estão em crise também, não tem condições de dar conta de mais pacientes pagando cerca de 80 reais por mês”.

Já o advogado Rodrigo Maia disse que, no Brasil, os gestores estão acostumados a pedir sempre mais recursos para realizar ações, “em vez de fazer mais com o que se tem, para resolver esses gargalos, uma solução seria criação de mais impostos, pois quanto mais impostos pagos, mais dinheiro destinado a saúde”, pontuou.

Sobre o plano de saúde, Kumamoto disse que “os planos de saúde, todos eles, estão com dificuldades generalizadas, o Brasil chegou ao momento em que precisamos quebrar paradigmas na saúde, na educação, em todos os segmentos”. Ele citou que o Brasil sofre epidemia de obesidade e muitos jovens com hipertensão e a classe médica tem sido desrespeitada e subestimada, “é importante recuperar essa imagem do médico”, finalizou.
Créditos: Polêmica Paraíba