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Vídeo: Bolsonaro faz comentário polêmico sobre negros quilombolas

O deputado afirmou que reservas indígenas e quilombos atrapalham a economia.

Em discurso para cerca de 300 pessoas no auditório do clube Hebraica, na zona sul do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (4), o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) voltou a proferir frases polêmicas e ofensivas.

Segundo o Estadão, o presidenciável prometeu que irá acabar com todas as reservas indígenas e comunidades quilombolas do país caso seja eleito em 2018.

Bolsonaro aproveitou o momento para atacar as comunidades tradicionais:

– Pode ter certeza que se eu chegar lá não vai ter dinheiro pra ONG. Se depender de mim, todo cidadão vai ter uma arma de fogo dentro de casa. Não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola.

Em fevereiro, na Paraíba, Bolsonaro sugeriu dar um fuzil para os fazendeiros como cartão de visita contra o MST.

O deputado afirmou que as reservas indígenas e quilombolas atrapalham a economia: “Onde tem uma terra indígena, tem uma riqueza embaixo dela. Temos que mudar isso daí”.

Ele disse que foi “a um quilombo”. De lá, voltou com a seguinte percepção: “O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador eles servem mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gasto com eles.”

O presidenciável também não poupou os refugiados. “Não podemos abrir as portas para todo mundo”, disse. Ele não se mostrou, porém, avesso a todos os estrangeiros: “Alguém já viu algum japonês pedindo esmola? É uma raça que tem vergonha na cara!”.

No mesmo discurso, Bolsonaro ainda ironizou as mulheres: “Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher”

Bolsonaro foi convidado para discursar no clube Hebraica do Rio de Janeiro após ter sua palestra boicotada no Hebraica de São Paulo. Mesmo no Rio, 100 pessoas protestaram do lado de fora do clube contra a palestra do deputado.

Repercussão

Muitos representantes da comunidade judaica no Rio de Janeiro repudiaram a fala racista de Bolsonaro. O médico Nelson Nisenbaum disse que o evento foi uma ofensa ao legado do judaísmo.

“É profundamente amargo verificar que entre nós, judeus, há tantas pessoas que não tem capacidade de perceber, entender e temer os discursos de ódio, discriminação e totalitarismo desse patético ser. Permitir sequer que estas idéias adentrem um ambiente judaico, ainda que não essencialmente religioso ou litúrgico, é um verdadeiro sacrilégio, uma profanação, uma grave ofensa ao legado humanista do judaísmo, tão sagrado e caro a nós”, afirmou.

Em vídeo publicado no Facebook, a cineasta Ieda Rosenfeld criticou o fato de haver “300 judeus cegos” aplaudindo as declarações preconceituosas de Bolsonaro. “Eu estava lá para ver se era verdade tudo que falam dele e ele é um imbecil”, afirmou. “Eu fui criada na Hebraica, é o berço dos meus avós”, completou.

 

Fonte: Estadão