POLÊMICA

Baleia Azul: Facebook atrapalha investigação, na Paraíba uma pessoa está sendo investigada - Veja vídeo

Delegada diz que rede social não repassou informações solicitadas pela polícia. Jovem foi preso acusado de aliciar menores para o jogo mortal Operação Aquarius ocorre em 20 municípios de nove estados do Brasil. Além do Rio, os agentes atuam também no Amazonas, em SP e Minas

Delegada diz que rede social não repassou informações solicitadas pela polícia. Jovem foi preso acusado de aliciar menores para o jogo mortal

Operação Aquarius ocorre em 20 municípios de nove estados do Brasil. Além do Rio, os agentes atuam também no Amazonas, em SP e Minas

Policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) realizaram, na manhã desta terça-feira, uma ação para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra os envolvidos com o Baleia Azul. O jogo tenta induzir virtualmente crianças e adolescentes ao suicídio por meio de 50 desafios.

Uma pessoa foi presa, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Titular da DRCI, Daniela Terra disse que Mateus Moura confessou que era um dos curadores do jogo no Brasil. “Os agentes conseguiram se infiltrar em comunidades e identificar alguns desses curadores. Pelo menos 15 vítimas vieram procurar a DRCI e as investigações começaram no início do ano”, contou Daniela.

Entre as vítimas da Baleia Azul está uma criança de 9 anos e uma adolescente que desenhou o símbolo do jogo no púbis, acima da vagina. Segundo a delegada, a faixa etária das vítimas é de 8 a 15 anos.”Os pais têm que avaliar a necessidade de uma criança de 8 anos ficar numa rede social”, alertou a delegada.

Mateus é pedreiro e na casa dele a polícia apreendeu computador e celulares.
As investigações mostraram que o suspeito criava comunidades para atrair as vítimas com nomes como ‘Você está triste?’ e criava testes que eram feitos pelos adolescentes assim que eram aceitos no jogo.

Daniela contou que muitas vítimas já procuraram a DRCI, mas ainda não sabem quantas vítimas eram ligadas a Mateus, que é pedreiro. A delegada afirmou que ele confessou que queria ser curador da Baleia Azul, como são chamados os aliciadores, e que no estado tem mais cinco curadores. “Vamos analisar o material apreendido em todos os estados, pois podem surgir novas vítimas e curadores”, explicou a delegada.

Segundo ela, Mateus confessou que aliciou 30 pessoas para o jogo. Ele foi identificado pelo login (acesso à Internet), já que as investigações começaram em janeiro desse ano quando ainda nenhuma vítima havia procurado a delegacia.

“Em depoimento, a criança de 9 anos disse que participou do jogo porque queria ver os anjinhos. Temos que entender o que os filhos estão fazendo. Por muitas vezes não entender preferimos que fiquem na internet. Na maioria dos casos as vítimas estavam em depressão e isso é um problema social que se não tratarmos agora vai piorar. Ele é tão inocente que não sabia da morte no jogo. Ele falava apenas que queria encontrar com os anjinhos, sem saber que estava se referindo à morte”, afirmou Daniela.

A delegada-adjunta da DRCI, Fernanda Fernandes, disse que muitas pessoas procuraram a especializada para denunciar o jogo. “Temos vítimas que chegaram à delegacia a ponto de se matar, com cortes profundos pelo corpo” contou ela, que fez duras críticas ao Facebook, um dos caminhos que os curadores usam para aliciar as vítimas. Procurado, o Facebook ainda não se posicionou sobre o caso.

De acordo com Fernanda, os responsáveis pela rede social não deram as informações pedidas por ofício à especializada. “Se passassem as informações que pedimos outras crianças estariam preservadas e muitas vidas não estariam em risco. Com essas informações a investigação seria mais ágil e melhor se eles colaborassem”, disse Fernanda, informando que a investigação não acabou. “Haverá segunda e terceira fase. Essa, foi uma investigação preventiva porque não queríamos que existissem novas vítimas”, explicou ela.

A Operação Aquarius ocorreu em 20 municípios de nove estados do Brasil. Além do Rio, os agentes atuam também no Amazonas, Pará, Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, São Paulo, Paraíba, Santa Catarina e Sergipe.

Fonte: O dia