Polêmica

Aluno expulso por “dedada” no ânus processa Colégio Adventista

Um caso de violência física resultou na expulsão de dois alunos do Colégio Adventista Milton Afonso (611 Sul) no início de novembro. A dupla, que cursa o 8º ano do ensino fundamental, foi convidada a se retirar da escola e impedida de assistir às aulas após uma brincadeira de mau gosto: dar “dedadas” no ânus de estudantes, por cima da calça. A ação teria sido flagrada pelas câmeras do colégio.

Caso está na Justiça e no Conselho Tutelar. Pais reclamam que escola foi arbitrária

Um caso de violência física resultou na expulsão de dois alunos do Colégio Adventista Milton Afonso (611 Sul) no início de novembro. A dupla, que cursa o 8º ano do ensino fundamental, foi convidada a se retirar da escola e impedida de assistir às aulas após uma brincadeira de mau gosto: dar “dedadas” no ânus de estudantes, por cima da calça. A ação teria sido flagrada pelas câmeras do colégio.

Colegas dos garotos banidos contaram que o alvo da violência é justamente quem teria iniciado a prática abusiva, e que ele só foi protegido pelo colégio por ser filho de uma das coordenadoras pedagógicas.

Segundo relatos, Laércio* e Alberto* seguraram Carlos* – todos de 14 anos – e enfiaram os dedos nas nádegas do colega. A mãe de um dos alunos expulsos disse que as “brincadeiras” começaram na metade do ano letivo e nenhuma medida foi tomada pela instituição.

A situação é bem complicada. Meu filho está muito triste e provavelmente vai ser reprovado. O prejuízo psicológico é o maior. Não consigo matrícula em outra escola nem estou tendo respaldo do colégio”Mãe de Laércio*, um dos alunos expulsos.

O caso foi parar no Judiciário e envolveu também o Conselho Tutelar da Asa Sul. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) ainda analisa a ação cautelar movida pelo advogado da família de Laércio*.

Os pais querem que o adolescente conclua o ano no Colégio Adventista, pois, como o semestre está no fim, eles não conseguem matriculá-lo em outra instituição. Dessa forma, o jovem pode repetir o 8º ano.

O Conselho Tutelar tentou mediar o conflito, mas não obteve sucesso. Após a negativa da escola, o órgão aguarda documentação solicitada para saber se vai prosseguir com o tema. Os pais de Alberto* não acionaram a Justiça.

Procurada pela reportagem, a direção do Colégio Adventista informou que não comentaria o caso.

Pais divergem sobre bullying
Procurados pela reportagem, pais de outros alunos apresentaram visões diferentes sobre o episódio – classificado por alguns como bullying. “As escolas precisam montar um serviço pedagógico especializado e acompanhar esses casos para não tomar decisões apenas quando se chega ao limite. Não é uma escola cristã? Onde está o perdão e a segunda chance?”, questiona Débora Barreto, pedagoga e mãe de um aluno do 8º ano. O filho dela não estava envolvido na polêmica.

Já o advogado Alexandre Oliveira, pai de uma aluna do 5º ano, discorda. Ele classifica o ato como uma “violência”, mas acredita que há outras formas de se resolver esse tipo de problema. “Sou da época em que bullying não existia. Respondia-se na porrada e na discussão. O que está faltando mesmo é a participação dos pais. Hoje é tudo muito informatizado, e as crianças estão largadas”, disse.

*Nomes fictícios

Fonte: Meg
Créditos: Mega Curioso