'questão humanitária'?

Advogado citado pelo MPF diz que faz defesa de Nuzman ‘gratuitamente’

O advogado João Francisco Neto, do escritório Nélio Machado Advogados, disse que a equipe está atuando na defesa do presidente afastado do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, “gratuitamente, por uma questão humanitária”.

A declaração foi dada pelo advogado ao Estadão, na noite desta segunda-feira, 9, após ser questionado sobre a acusação do Ministério Público Federal (MPF) de que Nuzman teria pedido ao COB que contratasse o escritório por R$ 5,5 milhões no dia 25 de setembro – quando já havia estourado a Operação Unfair Play.

 

Segundo Neto, o escritório cancelou o contrato há cerca de uma semana. “Como houve essa divergência da diretoria, o escritório decidiu por bem cancelar o contrato. Não recebemos um centavo sequer deste contrato”, disse o advogado. “Até o presente momento, estamos atuando gratuitamente para Nuzmam, por uma questão humanitária, independentemente de contrato”, completou.

Apesar disso, Neto afirmou que o escritório já havia atuado na defesa de diretores do COB nesse processo. “Nós prestamos serviços de advocacia para o Comitê nesta operação quando, por exemplo, houve o pedido de cooperação entre França e Brasil. Nos foi solicitada a defesa dos interesses de todos os diretores nesta investigação que se passa na França e culminou na prisão de Nuzman”, disse.

Sobre a prisão preventiva de Nuzman, decretada nesta segunda-feira, 9, pelo juiz Marcelo Bretas, Neto disse que o escritório dará entrada no pedido de habeas corpus “enfrentando todos os pontos”.

Os procuradores do Ministério Público Federal do Rio (MPF) alertaram, no pedido de prisão de Nuzman, que ele continuava a atuar em benefício próprio usando os instrumentos do COB, bem como sua influência sobre as pessoas que lá trabalham. Eles citaram um email do presidente afastado do COB do dia 25 de setembro deste ano, em que determinava “face a urgência”, no pagamento do escritório Nelio Machado Advogados, que atua em sua defesa.

 

Fonte: Estadão