Identidade

Procurador do MPF critica falta de planejamento em condomínio onde PMJP tenta colocar moradores do Porto do Capim

O procurador regional dos Direitos do Cidadão José Godoy Bezerra de Souza, que acompanha a disputa entre a Prefeitura Municipal de João Pessoa e as famílias que residem na comunidade Porto do Capim, no Centro da Capital, criticou o residencial para onde a prefeitura está tentando enviar os moradores que deverão ser realocados por conta de obras na região.

O procurador regional dos Direitos do Cidadão José Godoy Bezerra de Souza, que acompanha a disputa entre a Prefeitura Municipal de João Pessoa e as famílias que residem na comunidade Porto do Capim, no Centro da Capital, criticou o residencial para onde a prefeitura está tentando enviar os moradores que deverão ser realocados por conta de obras na região. Ele afirmou que o condomínio Saturnino de Brito para onde a PMJP tenta enviar a população foi mal planejado, pois colocaria os moradores em situação de violência.

“Do ponto de vista de planejamento, ele é uma falha muito grande. Ele é feito para levar somente às famílias que moravam na rua Saturnino de Brito, que é uma área de risco. E por que sobram tantas vagas? Porque ele foi feito sem combinar com a comunidade e, quando o residencial é construído, metade das famílias diz que não podia ir porque metade pertence a um grupo, uma facção, e a outra metade à outra. Se colocassem todo mundo num local só era guerra. Por isso sobrou metade das vagas e as famílias do Porto do Capim sabem que se foram para lá vão ser submetidas a um processo de violência. Isso é público, notório e está registrado em autos de inquérito civil público do Ministério Público Federal”, afirmou José Godoy.

O procurador lembrou que as pessoas que vivem no Porto do Capim há décadas e vivem intimamente uma relação com a natureza do local: “Produzem a cultura própria, produzem o sustento. Além do trabalho normal na cidade, o sustento deles vêm do rio e eles possuem uma relação muito forte com o rio [Sanhauá]”. Os moradores residem no local desde a década de 1950 e portanto sofreriam uma grande perda identitária na separação entre as famílias lá estabelecidas e no apartamento do local.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba