Quem agrega mais, Pedro ou Lucélio?

O IMPASSE CONTINUA: o jogo de vaidades que ameaça o futuro das oposições - Por Felipe Nunes

Os integrantes da oposição conversaram muito, com o objetivo em comum de chegar a um consenso, mas só alimentaram divergências de pensamento.

Nem mesmo a decisão do governador Ricardo Coutinho em permanecer no cargo até o fim do mandato ajudou a oposição a definir o candidato que vai representar o grupo na próxima eleição.  Os integrantes do grupo conversaram bastante, com o objetivo em comum de chegar a um consenso, mas só alimentaram as divergências.

O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), foi procurado mais uma vez pelo senador Cássio Cunha Lima (PSDB), mas reafirmou que continua na prefeitura e referendou o nome de Lucélio, seu irmão, para a disputa. No mesmo caminho, após convites de Cássio, Maranhão e do próprio Luciano, Romero Rodrigues (PSDB) também sepultou a possibilidade de sair candidato nessa eleição.

As conversas da oposição só aumentaram as divergências, depois da desistência de Cartaxo e Romero. O ninho tucano continua com a intenção de lançar Pedro Cunha Lima na cabeça de chapa. A justificativa do grupo é de que ele será bem votado tanto em seu reduto, Campina Grande, quanto em João Pessoa, como aconteceu na eleição para a Câmara Federal. Além disso, os tucanos têm exaltado o desempenho de Pedro em Brasília, o que poderia fazer a diferença na campanha.

Já no grupo de Luciano Cartaxo, a justificativa para manter o nome de Lucélio, é que ele pode ter mais votos que Pedro em João Pessoa, e a administração do irmão seria um trunfo eleitoral. O grupo também cita o recall que tem o nome de Lucélio em outras regiões da Paraíba por causa da disputa para o senado em 2014, que teria “estadualizado” a imagem dele.

Nos bastidores, porém, o que existe é uma disputa de poder. Cada grupo mantém um plano B, prestes a ser colocado em prática. O grupo de Luciano Cartaxo ameaça ir para os braços do governador Ricardo Coutinho. A quem diga que essa decisão pode ser tomada em breve e que “é uma questão de tempo”.

Por outro lado, o grupo de Cássio Cunha Lima trabalha, implicitamente, com a possibilidade de apoiar o nome de Maranhão para o governo. O senador torce para que o imbróglio continue e ele receba o apoio dos tucanos.

Quem assiste a tudo é Romero Rodrigues. Depois de também ter desistido da candidatura, ele pode sair no lucro ao lançar a esposa na chapa de Lucélio ao governo. Por outro lado, ele também torce pelo futuro de Pedro, para que seu candidato tenha o caminho livre na disputa à Prefeitura de Campina Grande em 2020.

Enquanto a indefinição continua, alimentada por esse jogo de vaidades e disputa de poder, quem sai no lucro é o senador José Maranhão, que já faz pré-campanha a todo vapor, com a possibilidade de receber apoios, e o candidato do governo, João Azevedo, que tem toda a perspectiva de crescimento diante da fragilidade oposicionista.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Felipe Nunes