Fazendo o bem

"Não vou deixar ninguém morrer de sede" - diz desempregado que distribui água após desabastecimento na Paraíba

Aos 63 anos de idade e desempregado há quase dois anos, Joaquim Domingos mora com a esposa no bairro José Pinheiro, em Campina Grande. A casa conta com um poço que, segundo ele, foi construído em maio de 2016 e tem uma vazão de cerca de 4 mil litros por hora. Contudo, apesar das circunstâncias, ele não pensou em lucrar com a falta d’água.

Aos 63 anos de idade e desempregado há quase dois anos, Joaquim Domingos mora com a esposa no bairro José Pinheiro, em Campina Grande. A casa conta com um poço que, segundo ele, foi construído em maio de 2016 e tem uma vazão de cerca de 4 mil litros por hora. Contudo, apesar das circunstâncias, ele não pensou em lucrar com a falta d’água.

A suspensão temporária do abastecimento na cidade, e em outros oito municípios da região, aconteceu após uma pane no sistema elétrico da Estação de Tratamento de Gravatá, da Companhia de Esgoto e Águas da Paraíba (Cagepa), situado no Agreste da Paraíba.

“Mesmo desempregado eu não cobro água de ninguém, entendeu? Porque já veio gente aqui me comprar [água] e eu digo ‘não, eu não tenho água para vender’. Foi uma coisa minha, que eu fiz, Deus me deu a oportunidade e, para mim, não custa nada dar água para o povo”, ressaltou.

De acordo com Joaquim, que mora no bairro há quase oito anos, a distribuição começou ainda no sábado e deve seguir até que o abastecimento seja normalizado.

Nesta segunda-feira (18), ele elaborou, junto com a esposa, um esquema de distribuição de fichas para entrada na casa, para organizar e agilizar o processo. No entanto, salientou que não aconteceram confusões no local.

“Tem gente que não tem condição, entendeu? Como, por exemplo, eu conheço várias pessoas aqui que nem água da Cagepa têm, porque não podem pagar. Aí, nada mais nada menos, tocou no meu coração. Eu não vou deixar ninguém morrer de sede”, disse.

Ele afirmou que a maioria das pessoas que têm buscado a ajuda é do próprio bairro, mas que algumas já saíram de outros pontos da cidade. “Agradecem a todos, a Deus e diz ‘ah moço, que Deus lhe abençoe. Que Deus lhe dê em dobro’”, pontuou.

A iniciativa de Joaquim não é uma atitude isolada. Os donos de um mercadinho e de um lava-jato, localizados em outros bairros de Campina Grande, também decidiram doar água. A população formou filas nos locais para ter acesso.

Fonte: G1 PB
Créditos: G1 PB