prazo para resolver

IRREGULARIDADES: CRM interdita Trauminha de Mangabeira e direção nega superlotação

Uma fiscalização do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) detectou, nesta segunda-feira (7), diversas irregularidades no Complexo Hospitalar de Mangabeira Governador Tarcísio Burity, o Ortotrauma ou Trauminha de Mangabeira, na Zona Sul de João Pessoa.

Segundo o CRM-PB, os fiscais encontraram superlotação, precária manutenção do prédio, falta de equipamentos, escassez no fornecimento de roupa de cama e vestuário para profissionais e pacientes, falta de medicamentos e equipamentos danificados.

“Alguns setores do hospital deveriam ser interditados eticamente. Porém, como a unidade atende uma grande parcela da população e, em especial, pessoas mais carentes, não iremos fazer a interdição a curto prazo. Vamos nos reunir com os gestores, secretário municipal de Saúde e o Ministério Público para buscar soluções para os problemas identificados mais uma vez no hospital”, disse o presidente do CRM-PB, João Medeiros.

Ainda segundo o CRM-PB, ao longo dos últimos três anos o conselho tem inspecionado a unidade e solicitado adequações importante para a prestação de serviço médico aos pacientes e melhores condições de trabalho para os profissionais, mas a situação não vem sendo modificada.

Problemas

Na área vermelha, o CRM-PB detectou falta de monitores, roupas de cama para pacientes e manutenção predial. O local recebe pacientes em estado grave, que devem permanecer no local por até 72h, porém alguns pacientes ficam no setor por mais de um mês.

Na área amarela, foram identificadas diversas infiltrações, estruturas danificadas, falta de ventilação e climatização, além de roupas de cama levadas pelos familiares dos internos.

A inspeção também identificou que o tomógrafo está sem funcionar há mais de seis meses por falta de uma peça. Equipamentos importantes, como é o caso do capnógrafo, que monitora o dióxido de carbono dos pacientes durante as cirurgias, são escassos. Em todo o hospital só há um, provocando atrasos nos procedimentos cirúrgicos.

Durante a fiscalização, também foi possível identificar pacientes instáveis aguardando atendimento no corredor por falta de leitos. Na área verde, a equipe constatou que havia pacientes aguardando há seis dias, em poltronas, encaminhamento para procedimentos. Em todos os setores que a equipe de fiscalização passou, pacientes e acompanhantes se queixavam da falta de estrutura do hospital.

‘Não tem superlotação’ diz Secretaria de Saúde

De acordo com a Secretaria de Saúde, a direção do Trauminha aguarda o relatório da visita do Conselho Regional de Medicina da Paraíba para dar as explicações necessárias sobre a fiscalização ocorrida nesta segunda-feira. A nota ainda explicou que o local vem funcionando normalmente.

“É preciso esclarecer que a unidade hospitalar está em pleno funcionamento, realizando todos os tipos de atendimentos, inclusive cirurgias. De janeiro a abril deste ano, foram realizados mais de 215 mil atendimentos, além de uma média de 500 cirurgias ao mês”, diz a nota.

Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde, não há superlotação na unidade. “O Ortotrauma não tem problemas de superlotação, inclusive havia vagas no momento da fiscalização. Esta é uma unidade hospitalar de “portas abertas” e realiza todo tipo de atendimento, mesmo no que se refere a casos não relacionados à sua especialidade, que é de cirurgia de urgência e emergência de áreas abaixo do joelho e abaixo do cotovelo”, assegurou a Secretaria de Saúde.

Confira nota:

NOTA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que a direção do Complexo Hospitalar de Mangabeira Governador Tarcísio de Miranda Burity (Ortotrauma), aguarda o relatório da visita do Conselho Regional de Medicina da Paraíba para dar as explicações necessárias sobre a fiscalização ocorrida nesta segunda-feira (7).

Contudo, considerando o que está sendo veiculado na mídia, é preciso esclarecer que a unidade hospitalar está em pleno funcionamento, realizando todos os tipos de atendimentos, inclusive cirurgias. De janeiro a abril deste ano, foram realizados mais de 215 mil atendimentos, além de uma média de 500 cirurgias ao mês. O Ortotrauma não tem problemas de superlotação, inclusive havia vagas no momento da fiscalização. Esta é uma unidade hospitalar de “porta aberta” e realiza todo tipo de atendimento, mesmo no que se refere a casos não relacionados à sua especialidade, que é de cirurgia de urgência e emergência de áreas abaixo do joelho e abaixo do cotovelo.

Apesar de ser um hospital municipal, recebe muitos pacientes oriundos de outros municípios, o que evidencia sua importância no âmbito estadual, considerando o fechamento de hospitais nos últimos anos, e o aumento de vítimas de acidentes de trânsito e de violência. A unidade hospitalar dispõe de medicamentos em suas farmácias e diversos equipamentos que auxiliam no diagnóstico dos pacientes, a exemplo de aparelhos de radiologia, ultrassonografia, endoscopia e de monitorização. São feitos exames de análises clínicas, inclusive para detectar infarto do miocárdio. Recentemente foram feitas adequações prediais no setor do ambulatório e agora os serviços estão sendo realizados no Pronto Atendimento de Saúde Mental (PASM).

O Ortotrauma possui uma gestão de transparência com uma equipe comprometida em prestar o melhor atendimento ao paciente. Contudo, reconhece que os únicos hospitais sem problemas são os de “porta fechada”. O processo de doença na Urgência e Emergência não tem data nem horário. Assim, o corpo de profissionais trabalha sobre a demanda que ora se apresenta. A gestão do Complexo Hospitalar de Mangabeira é participativa, em que a sociedade organizada está incluída nas ações, a exemplo da mobilização para 300 consultas de ortotraumatologia, realizada no último sábado (5), com a presença de moradores do bairro de Mangabeira, prestando diversos serviços aos usuários.

Créditos: Correio da Paraíba