Crise

IMPASSE: cirurgiões do Trauma param atividades e secretaria de saúde vê 'risco iminente de mortes'

Os profissionais alegam falta de pagamento dos salários correspondentes aos meses de Novembro e Dezembro por  parte do Instituto Acqua, que era responsável pela gestão pactuada da unidade até o dia de ontem. A Secretaria de Estado da Saúde vê 'risco iminente de mortes' por causa da suspensão das cirurgias.

Fracassaram as negociações ente o Governo do Estado e os médicos do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, de João Pessoa, que anunciaram paralisação das cirurgias realizadas na unidade a partir deste sábado (28). Os profissionais alegam falta de pagamento dos salários correspondentes aos meses de Novembro e Dezembro por  parte do Instituto Acqua, a organização social que era responsável pela gestão pactuada da unidade até o dia de ontem. Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que há ‘risco iminente de mortes de inocentes’ por causa da suspensão das cirurgias.

O secretário de saúde Geraldo Medeiros informou que as cirurgias foram suspensas desde às 7h de hoje e que ele próprio se colocou à disposição do hospital para realizar procedimentos cirúrgicos enquanto o problema não for solucionado. Segundo o secretário, o Governo do Estado já transferiu  ao Instituto Acqua o valor de R$ 10 milhões para os salários dos médicos e por isso não pode se responsabilizar pelo atraso no pagamento.

Ao Polêmica Paraíba, Geraldo Medeiros justificou que, se o Estado assumir o pagamento dos salários em atraso, pode ser punido pelos órgãos de controle, já que o dinheiro foi transferido para a organização social. “Tentamos através de uma reunião exaustiva de duas horas, a secretaria ofereceu o mesmo valor que eles recebiam da Organização Social, pagando através de Pessoa Jurídica (PJ), e eles não aceitaram porque a Acqua deixou de pagar dois meses e eles querem que o governo pague o débito, o que não é possível. Se eu fizesse isso, eu iria responder aos órgãos de controle, porque o Estado já pagou antes de ontem R$ 10 milhões e 200 mil”, disse.

Leia a nota da Secretaria de Estado da Saúde após o texto.

Com o fim das contratações de organizações sociais, o Estado garantiu que os médicos serão contratados diretamente pela gestão estadual. O governador João Azevêdo (sem partido) havia dito, em entrevista coletiva à imprensa na última semana, que este modelo vai vigorar até que a Fundação Paraíba Saúde (PB Saúde) seja aprovada pela Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB)

Ontem, o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), a Associação Médica da Paraíba e o Sindicato dos Médicos, por meio de nota, “externaram preocupação com a possibilidade de descontinuação da prestação de assistência à saúde na rede hospitalar do Estado da Paraíba” e solicitaram “a mais pronta resolução da situação, a fim de que sejam mantidos os atendimentos médicos nas referidas instituições, sem prejuízo à população”. Houve preocupação quanto à possibilidade de paralisação das atividades por parte dos profissionais.

Segundo o Governo do Estado, os profissionais que eram contratados pelas organizações sociais, serão contratados pelo Estado como Pessoa Jurídica (PJ), tendo como base salarial os mesmos valores praticados no Hospital de Trauma de Campina Grande. Por meio de nota, a cooperativa médica que presta serviços ao Hospital, a Neurovasc, informou que tem interesse na resolução do problema para que o atendimento volte à normalidade, mas com a condição de que o Estado assuma o pagamento dos salários em atraso. Confira a seguir.

Nota da Secretaria de Estado da Saúde

“À sociedade paraibana: a Secretaria estadual de Saúde lamenta profundamente a inexistência de diálogo e intransigência da cooperativa de neurocirurgia, cirurgia torácica e cirurgia vascular em relação à manutenção dos serviços prestados à população que recorre ao Hospital de Trauma Humberto Lucena de João Pessoa culminando com uma decisão precipitada de paralisação abrupta das atividades comunicada apenas 10 h antes de abandonar a população de João pessoa e gerar desassistência com risco iminente de morte de inocentes. Ressaltamos que a secretaria sempre se mostrou disposta ao diálogo e após uma exaustiva reunião de duração de duas horas prevaleceu mais uma vez a intransigência de alguns membros da cooperativa.a secretaria se comprometeu a remunerar o mesmo valor contratado pela gestão da os-890.000,00/ mês,numerário que poucos profissionais do país recebem.”

https://www.polemicaparaiba.com.br/politica/desligamento-das-oss-governo-do-estado-assegura-contratacao-de-medicos-do-hospital-de-trauma/

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba