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ARMAS QUÍMICAS E GRAVAÇÕES: Os escândalos que antecipam as eleições de 2020 na Paraíba

A Paraíba segue impactada pela recente divulgação de áudios envolvendo secretários do governo estadual e da Prefeitura Municipal de João Pessoa.

A Paraíba segue impactada pela recente divulgação de áudios envolvendo secretários do governo estadual e da Prefeitura Municipal de João Pessoa. Nos áudios nomes ligados as duas principais gestões políticas paraibanas estariam diretamente envolvidos em esquemas para o desvio de verbas do erário através de contratos ou realização de Caixa 2. Ao mesmo tempo que a população segue questionando a origem destes áudios e exigindo explicações por parte dos secretários e das gestões as quais são ligados, também é necessário perguntarmos o porque destas gravações terem surgido só agora.

Se analisarmos corretamente notaremos que uma das gravações foi feita a quase uma década e a outra já possui quase um ano de existência, mas mesmo assim foram divulgadas apenas no início deste ano como que se buscando abalar as duas gestões as quais os nomes estão ligados. Notando a pouca pressa aplicada na divulgação destes áudios podemos seguir usando o raciocínio lógico para pontuarmos alguns fatores que podem ser determinantes para que este exato momento de 2019 fosse o escolhido para o início de uma guerra.

Primeiro é necessário que assumamos está ocorrendo uma guerra que culminará nas eleições de 2020 em João Pessoa. Apesar de não termos visto ainda nenhum projétil ser disparado diretamente contra os principais articuladores das campanhas que encabeçarão a disputa municipal esta guerra está longe de ser fria e promete seguir aquecendo ao longo de 2019 preparando os moradores da Capital para verem o lançamento de armas químicas no campo de batalha política em 2020.

O vazamento destes áudios apenas pode ser comparado ao uso de uma arma química, pois deixam um rastro de destruição que se estende em muito a data do seu lançamento e seguirão apresentando efeitos inesperados em todos os expostos. Amplamente utilizadas durante a Primeira Guerra Mundial as armas químicas comumente são utilizadas por aqueles que pretendem devastar todo o campo de batalha deixando os adversários completamente inertes. Da mesma forma se dará com estes áudios, que mesmo tendo sido vazados no início de fevereiro de 2019 seguirão repercutindo por todo o ano e apresentarão seus efeitos colaterais de forma mais poderosa durante o processo eleitoral.

Assim como na guerra moderna em que a maioria dos países abandonaram o uso de armas químicas visando evitar os efeitos que as mesmas causam a população civil e a natureza, o lançamento de um material como este fora do período eleitoral, quando ataques mais fortes poderiam ser melhor compreendidos devido aos fortes ânimos de todos os envolvidos, deve nos fazer refletir que as eleições de 2020 em João Pessoa serão atípicas até mesmo para um estado como o nosso em que se respira política.

É provável que estes áudios tenham sido apenas o alerta de que muitas coisas estão por vir numa dura batalha que será travada entre os dois grupos que foram afetados pelos vazamentos: o ex-governador Ricardo Coutinho e seus aliados que desejam que ele retorne para a prefeitura da Capital e do outro lado o atual prefeito Luciano Cartaxo e seus seguidores que almejam que ele consiga lançar um sucessor capaz de vencer o pleito e manter a atual gestão mais quatro anos no comando da cidade.

Se notarmos quem são os grupos e porventura os nomes que deverão participar diretamente da disputa no ano porvir, então perceberemos que o uso de armas químicas por parte de ambos os lados é compreensível. De um lado devemos ter um Ricardo que saiu da prefeitura amado pelo povo e elevado ao Palácio da Redenção quase que como um César paraibano, que conseguiu manter essa imagem enquanto governador e saiu do seu último mandato com números de aprovação históricos em nosso estado. Pelo lado de Luciano devemos ver um dos dois envolvidos num dos áudios, o secretário Diego Tavares, que já transitou por muitas pastas da Prefeitura Municipal de João Pessoa sempre exercendo postos chave para o curso da gestão e assim tornando-se um nome conhecido da população.

Os responsáveis pelos dois vazamentos podem estar se dando conta que em 2020 na disputa por João Pessoa haverão gigantes a serem derrotados e que estes só poderão ser derrubados caso os ataques se iniciem de forma antecipada como se deu com o vazamento destas conversas mais de um ano antes das eleições e que além de antecipados os ataques precisarão ser cada vez mais fortes, por isso deixaram de lado as armas de artilharia e partiram para o campo de batalha com o material pesado. O questionamento que me resta é: se os ataques começaram de forma tão antecipada e as armas químicas já foram postas em uso, em quanto tempo a população de João Pessoa verá sendo lançadas as bombas atômicas.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba