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TRAGÉDIA NA “LAGOA”: um pranto coletivo - Por Rui Leitão

Era um domingo, 24 de agosto de 1975. Dentro da programação comemorativa da semana do exército, soldados do 15 Regimento de Infantaria usavam um barco para transportar pessoas em passeio na Lagoa do Parque Solon de Lucena. Numa dessas viagens, exatamente às dezessete horas, o barco que conduzia cerca de duzentas pessoas, em sua maioria crianças, começou a tomar água, trazendo preocupação aos que nele estavam. Em pouco tempo formou-se um estado de pânico generalizado, o que concorreu para que se registrasse uma das maiores tragédias já ocorridas na Paraíba.

Era um domingo, 24 de agosto de 1975. Dentro da programação comemorativa da semana do exército, soldados do 15 Regimento de Infantaria usavam um barco para transportar pessoas em passeio na Lagoa do Parque Solon de Lucena. Numa dessas viagens, exatamente às dezessete horas, o barco que conduzia cerca de duzentas pessoas, em sua maioria crianças, começou a tomar água, trazendo preocupação aos que nele estavam. Em pouco tempo formou-se um estado de pânico generalizado, o que concorreu para que se registrasse uma das maiores tragédias já ocorridas na Paraíba.

O barco foi afundando rapidamente e a multidão que assistia entrou em desespero, vendo tudo sem poder nada fazer para salvar aqueles que estavam se afogando. Três militares que se arriscaram a prestar esse socorro terminaram sendo vítimas também daquela catástrofe, sendo sugados pelo lamaçal que existia na lagoa, abraçados a alguns dos afogados.

A notícia se espalhou e no início da noite era grande a aglomeração em torno da Lagoa, a essa altura para acompanhar o trabalho de resgate dos corpos. O prefeito Hermano Almeida se fez presente durante toda a noite participando daquele momento doloroso para os pessoenses. O governador Ivan Bichara ao chegar no local não conseguiu conter o choro diante daquele espetáculo cruciante.

Na segunda feira as repartições públicas do Estado e do Município não funcionaram. A cidade estava em estado de comoção. Cerca de dez mil pessoas ficavam ao redor da lagoa testemunhando a retirada dos corpos. Era difícil segurar o emocional. O que se via eram gritos de aflição e angústia a cada cadáver resgatado das águas. Um pranto coletivo. Estive durante alguns minutos por lá, mas não suportei continuar vendo aquela cena pungente.

No final do dia já se contabilizava o número de trinta e cinco mortos, entre eles muitas crianças. O prefeito visitou todos os familiares enlutados, prestando-lhes solidariedade naquele momento de dor e responsabilizando-se pelas despesas dos funerais.

Ficamos hoje aliviados ao ver que fatalidade igual seria impossível de ocorrer, após os trabalhos de limpeza que a atual administração da prefeitura realizou na Lagoa. Nosso cartão postal, em que pese ter sido cenário desse evento doloroso para a cidade, se transformou num dos mais belos e aprazíveis recantos de nossa capital, graças à decisão política do prefeito Luciano Cartaxo.

Fonte: Rui Leitão
Créditos: Polêmica Paraíba