Egoísmo de Zé?

O isolamento da candidatura de José Maranhão e o fim do protagonismo do PMDB na Paraíba - Por Leandro Borba

O PMDB atualmente não comanda nenhuma das dez maiores prefeituras do Estado e pode chegar em Outubro sem nenhum Deputado Federal.

Não é de hoje que acompanhamos o definhamento do PMDB na Paraíba, seja com a perda das quatro últimas campanhas seguidas para o Governo do Estado ou com a saída de nomes importantes devido ao desgaste de direcionamentos políticos e até mesmo com a derrota nas maiores cidades da Paraíba nas eleições municipais de 2016.

O PMDB atualmente não comanda nenhuma das dez maiores prefeituras do Estado, incluindo o registro de derrotas significativas com suas maiores lideranças regionais nas cidades de Patos (Nabor), Campina Grande (Veneziano), Guarabira (Fátima Paulino) e Sousa (André Gadelha).

Além disso, as coisas se complicaram na Assembleia Legislativa após as saídas de Trocolli Jr e Gervásio Maia, que defendiam a tese de aliança com o Governo do Estado, foram voto vencido e acabaram migrando para PROS e PSB. Isso fragilizou a bancada do PMDB, que acabou permanecendo apenas com Raniery Paulino com voz ativa pelo partido na Casa de Epitácio Pessoa. Nabor e Ricardo Marcelo completam os peemedebistas na AL. Pouquissímo para quem já teve por diversas vezes a maior bancada da casa.

Nas campanhas para o Governo do Estado, o parâmetro não muda, José Maranhão perdeu 3 vezes (2002 e 2006 para Cássio e 2010 para Ricardo, Vitalzinho nem chegou ao segundo turno em 2014) e se encaminha para mais um cenário complicadíssimo em 2018, já que provavelmente não vai contar com a unanimidade das oposições e corre o risco de não conseguir coligações significativas, complicando as chances na eleição proporcional para cumprir a vontade do Senador José Maranhão, que insiste em voltar ao Palácio da Redenção, não encontrando eco nem mesmo dentro do próprio partido.

E é nesse ponto que o PMDB pode chegar nas eleições de outubro sem nenhum Deputado Federal, já que as saídas de Veneziano e André Amaral são dadas como certas e, permanecendo esse panorama, Hugo Motta também deve deixar os quadros do partido em busca de sobrevivência e reeleição em alguma coligação.

Falando em reeleição, o Senador Raimundo Lira é outro que mostra preocupação com a falta de um forte companheiro para dividir chapa e mostra distanciamento de José Maranhão, comparecendo a vários eventos ao lado de Romero Rodrigues e Luciano Cartaxo, num claro recado de que não está feliz com a imposição da candidatura de Zé e consequente isolamento do PMDB.

No fim, o partido tem duas chances para começar a se reeguer, com Manoel Júnior herdando o posto de prefeito de João Pessoa ou com Maranhão vencendo as eleições para o Governo, cenário que a cada dia fica mais improvável, já que se Cartaxo não for candidato único, provavelmente não deixa a PMJP e a vitória de Zé parece mais improvável a cada passo de isolamento dado pelo ex-governador.

 

Fonte: Leandro Borba
Créditos: Polêmica Paraíba