Luciano cartaxo ficou mas não parou. Caminha em zig-zag para confundir a torcida. Sabe aonde quer chegar mas não revela – por Gilvan Freire

LUCIANO FICOU MAS NÃO PAROU. CAMINHA EM ZIG-ZAG PARA CONFUNDIR A TORCIDA. SABE AONDE QUER CHEGAR MAS NÃO REVELA. PODE IR MAIS LONGE OU VOLTAR AO PONTO DE PARTIDA. VIROU ESFINGE.

Por Gilvan Freire

Virar lobisomem talvez possa ser o significado mais adequado para definir os movimentos mais recentes do prefeito Luciano em meio ao pânico geral dominante no meio político com as suas atitudes surpreendentes. Tirante o aspecto do lobo feroz em que se transforma o humano na metamorfose, durante a noite, segundo a mitologia, voltando a condição de homem ao amanhecer. No caso de Luciano, seria um lobo assustador, causador de medos, mas não sanguinário, podendo matar de sustos somente.

Na mitologia grega, a Esfinge ( com cabeça de Faraó e corpo de Leão ) gerou tanto mistério para que se soubesse o que realmente representava, que ficou eternizado o seu tormentoso desafio aos povos de seu tempo : “ Decifra-me ou devoro-te “. Possivelmente, muitos gregos morreram só de medo, vez que aquela alegoria não podia matar ninguém mesmo.

Lendas de lado, Cartaxo está se transformando em mito momentâneo, ora lobisomem ora esfinge, não necessariamente trucidando alguém mas causando temores, calafrios, febres e diarréias até mesmo em seus eleitores, não bastasse as dores de cabeça, insônias e desassossego naqueles que precisam decifrar suas intenções e passos para saber se são seus aliados ou inimigos políticos na grande maratona eleitoral de 2018.

Ou seja, o mistério está tão grande que ninguém sabe o que será com relação a Cartaxo nos próximos dias, entre ser correligionário ou adversário. Ou não ser nenhum dos dois. Ele simplesmente paralisou o processo que vinha andando às pressas e se colocou como uma pedra no meio do caminho de todos. Deu o que os engenheiros chamam de “um freio de arrumação “, parecendo aquele caminhão que anda com a carga torta e o motorista dá um freio súbito para aprumar e não perder o seu carregamento. Foi isso.

Deu a gota ! Ninguém interpreta sem risco de errar os gestos e atitudes recentes de Luciano. Se ele queria ficar mesmo, não precisava só dizer, tinha de parecer, e isso não parece. Se quer voltar, isso precisa ser dito e não só parecer. Mas só parece. Se quer a neutralidade para preservar seu futuro, os últimos gestos não combinam, inclusive esse de mudança para outro partido, quando de partido não precisaria agora.

A paralisia vai ter consequências contra ou a favor de Luciano, mas já está tendo o melhor resultado : a anestesia geral do processo, para que opere sua obra política com maior tranquilidade e esmero, e a tonteira generalizada que impôs aos demais líderes. E o maior resultado de todos, pelo menos no momento : se afirmar como líder entre os grandes, para que ninguém lhe subestime o papel decisório nas eleições. Com certo risco de nada dar certo, porque as reações é que podem surpreender agora.

Digamos que Luciano deseja voltar fortalecido e consagrado como candidato único das oposições, como não é dito mas parece. Aí ele voltará certamente maior do que saiu, sem dever favores partidários ou de batismo, emancipado e pouco vulnerável aos conchavos e pressões habituais dos demais líderes, menores e maiores, e os fisiologismos de
plantão. Terá vencido a primeira queda de braços com seus presumíveis aliados, e matará a pau os seus hipotéticos adversários, que não dormem nem comem pensando nisso.

Aos poucos Cartaxo vai derrubando as cercas que o isolam das demais lideranças estatuais e demarcando intencionalmente o seu território, como fez agora tomando o PV dos domínios de RC, mas isso ainda não é o suficiente para ganhar uma batalha dominial. Precisa demonstrar em que lado está na guerra global e quem são os seus exércitos aliados, se a luta continua. Se não continua é porque a esfinge não quer ser decifrada, quer apenas ser mistério, vagando , assustando e atemorizando para não ser devorada precocemente por outros lobisomens.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: gilvan freire