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FAKE NEWS: o perigoso reino das inverdades - Por Rui Leitão

Para fugirmos do reino das inverdades é preciso que a legislação puna com severidade os responsáveis por esses boatos.

Lamentavelmente estamos vivendo um tempo em que as mentiras, de tão repetidas, ganham sentido de verdades. Na linguagem moderna chamamos isso de “fake News”. Na política contemporânea essas falsidades têm se intensificado. No reino das inverdades prevalecem as “más línguas”, aqueles que se dedicam a ignorar realidades com o objetivo de alcançar resultados que atendam interesses pessoais ou de grupos, pautados em fundamentos ideológicos ou partidários.

Os promotores de ilusões não têm preocupação com a fidelidade dos fatos ou conceitos. Em razão disso praticam a desonestidade e cometem injustiças sem qualquer constrangimento. Via de regra são movidos a ódio e ambição de poder. Fica fácil, portanto, conquistar corações norteados por paixões que passam a acreditar no que eles falam sem perceberem que estão sendo inocentes úteis. O jogo sujo das traições não é observado pelos incautos.

As inverdades são caminhos para emboscadas, armadilhas. A hipocrisia impera. O mundo atual está contaminado pelas bactérias das aleivosias, poluído pelos enganos propositados. A construção da fantasia como veracidade absoluta. Quando o raciocínio e a inteligência são limitados, mentes ficam vulneráveis a dar crédito a tudo o que ouvem ou lêem.

A cultura das notícias falsas prolifera em ritmo acentuado. Informações espalhadas pela internet, sem que se conheçam as fontes ou a sua autenticidade. Mas o pensamento errado ganha reforço a partir da disseminação dos boatos. Reputações são destruídas, injustiças são cometidas, fraudes eleitorais são alimentadas, pessoas comuns, celebridades, empresas e instituições têm sua honorabilidade atacada, conteúdos sensacionalistas são divulgados intencionalmente, os absurdos são aceitos com naturalidade,
produzem mudanças na opinião pública com objetivos políticos. Muita gente é induzida ao erro e as consequências muitas das vezes são desastrosas.

Para fugirmos do reino das inverdades é preciso que a legislação puna com severidade os responsáveis por esses boatos. Termos cuidado em conhecer as fontes da informação, não dando crédito no primeiro momento em que dela tomamos conhecimento. Compartilharmos só aquilo que temos certeza ser verdadeiro. Checarmos a veracidade de notícias suspeitas. Se não conseguirmos fazer isso os rumos de nossa História poderão mudar para pior com a nossa cumplicidade.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Polêmica Paraíba

Fonte: Rui Leitão
Créditos: Rui Leitão