Opinião

Adriano lidera pressão pelos espaços do Republicanos na chapa - Por Nonato Guedes

Presidente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Adriano Galdino é quem lidera a “cruzada” pelo protagonismo do Republicanos

Adriano lidera pressão pelos espaços do Republicanos na chapa - Por Nonato Guedes

Presidente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Adriano Galdino é quem lidera a “cruzada” pelo protagonismo do Republicanos na chapa majoritária para as eleições de 2026, dentro do esquema comandado pelo governador João Azevêdo.

O próprio parlamentar se coloca como opção para candidato ao governo, assegurando ter o apoio da maioria dos deputados e de outros líderes políticos, faz incursões por cidades do interior a fim de massificar o seu projeto e dialoga abertamente com expoentes da oposição.

Ainda recentemente dividiu espaço em evento político com o ex-senador Efraim Moraes, que está empenhado em viabilizar a candidatura do senador Efraim Filho (União Brasil) ao governo no próximo ano.

Teoricamente, no âmbito do Republicanos, a prioridade para disputar o Palácio da Redenção cabe ao deputado Hugo Motta, inclusive, pela projeção conquistada ao ascender à presidência da Câmara Federal e passar a integrar a linha hierárquica de sucessão da presidência da República.

Mas Hugo parece mais focado no plano nacional, tendo seu nome cogitado para figurar numa chapa à Presidência da República, o que não o impede de ensaiar tratativas com o governador João Azevêdo sobre a realidade paraibana. Motta já afirmou que considera Adriano um quadro qualificado para a disputa e também advertiu que será a vez do Republicanos conquistar espaços, tanto no Executivo como no Senado.

Por enquanto, ele situa o partido do qual é presidente estadual na condição de aliado da base de apoio ao gestor socialista.

Mas tudo pode mudar dependendo da configuração do cenário para a eleição vindoura. O Republicanos investiu no crescimento de sua musculatura política, desencadeando uma ofensiva para filiar figuras de expressão, de que foi exemplo a investida junto ao deputado Felipe Leitão, que foi liberado para deixar o PSD.

Atualmente o poderio do partido já é expressivo, com três deputados federais e bancada influente na Assembleia Legislativa, além do razoável número de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. O Republicanos julga-se credenciado a reivindicar espaços importantes na chapa majoritária por ter aberto mão, em 2022, na campanha à reeleição do atual chefe do Executivo, de indicar nomes para vice e para senador.

Foi manifestado, no ensejo desse posicionamento, que se tratava de uma posição estratégica e que o Republicanos se reservaria a ter uma participação mais ativa na eleição subsequente, ou seja, a do próximo ano.

Ultimamente a mobilização do partido para assegurar cabeça de chapa foi tornada explícita depois que, dentro do PP, ensaiou-se uma competição entre o vice-governador Lucas Ribeiro e o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, pela indicação do nome à sucessão de João Azevêdo. O governador chegou a admitir que a postulação de Lucas se tornaria natural com a ascensão dele ao cargo titular em caso de renúncia sua para concorrer ao Senado.

Cícero foi para o confronto e colocou-se à disposição para encarar o desafio invocando como decisivo o potencial eleitoral de pretendentes. Foi então que o Republicanos entendeu ser necessário reagir, demarcando espaços no cenário político politico paraibano e, particularmente, no esquema comandado pelo governador, que transferiu a cada partido da base a solução de seus próprios conflitos e interesses.

O governador tem atuado no sentido de harmonizar aspirações de seus correligionários e, ao mesmo tempo, com vistas a enquadrá-los no figurino de sua liderança, dando o exemplo a partir do PSB, legenda que ele passou a comandar em substituição ao deputado federal Gervásio Maia e que tem sido mantida sob controle para não provocar atritos com outras agremiações.

João tem enfatizado que a unidade é indispensável como garantia de vitória e, ao mesmo tempo, faz advertências para que as ambições legítimas não evoluam ao ponto de desagregar o agrupamento que luta pela hegemonia no poder estadual. O Republicanos está atento a esses sinais, mas além do protagonismo que adquiriu, tem um estilo autonomista de agir, o que lhe dá flexibilidade para se compor tanto com o governo como com a oposição.

Em 2022, aliás, a sigla apoiou João Azevêdo ao Executivo mas manteve o compromisso de apoiar Efraim Filho ao Senado. Os dois foram eleitos na contagem final dos votos.   

Fonte: Nonato Guedes
Créditos: Polêmica Paraíba