opinião

A Política partidária brasileira é esquizofrênica - Por Marcos Thomaz

O PSDB gostou tanto desse negócio de golpe que planeja golpismo até interno.

O PSDB gostou tanto desse negócio de golpe que planeja golpismo até interno.

Após ter sido o partido que plantou a semente do impeachment formalizando questionamento sobre o sistema eleitoral, tucanos travam agora uma sangrenta disputa interna.

Mesmo após derrota nas prévias do PSDB, os anti-Dória ainda não desistiram de tirar o correligionário do páreo presidencial.

O trabalho de fogo-amigo é diuturno e escancarado para puxar o tapete do paulista.

Falando em golpe, logo vem a mente o MDB, perdeu o P, mas não a forma tradicional de fazer política.

“P de Promíscuo”, grita o bebum de comício…

Me deixe fora dessa polêmica.

Fato é que sem nunca ter eleito diretamente um presidente, a legenda chegou impressionantes três vezes a comandar a nação e agora aposta em uma pré-candidatura feminina, através de Simone Tebet, que na verdade, todos sabemos, no máximo, terminará como vice de alguém.

É a sina do eterno hospedeiro natural.

A piada é Michel Temer declarar que recebe enxurrada de pedidos para se candidatar… É o que garante o presidente com 5% de aprovação.

O PL, que deu abrigo a Bolsonaro para a tentativa de reeleição, é aquele mesmo que foi vice de Lula nos dois mandatos do petista.

Bolsonaro, voltando de onde nunca saiu, o Centrão, a sua morada natural.

Já o PSL, é aquela legenda que era nanica e serviu como plataforma onde o, também ex-insignificante Bolsonaro, se elegeu.

No maremoto bolsonarista o partido dos Bivar virou gigante mas, como todo “casamento” com o temperamental Bolsonaro tem prazo, o romance não completou bodas…

Sem Bolsonaro e sua milícia, digo legião, o PSL encolheu, perdeu parte do capital eleitoral.

Para engrossar caldo se juntou ao DEM, que já foi PFL de Toinho Malvadeza, que, por sua vez precedido do PDS, outrora ARENA, o partidão do Regime Militar…

Da soma disforme das legendas vem aí o União Brasil que, após flertar com Moro, acena apoio ao projeto de reeleição de Bolsonaro.

Seria o PSL, de onde o presidente saiu, voltando as hostes bolsonaristas.

Literalmente, “a volta dos que não foram…”

O ex-juiz Moro, aliás, após agir diretamente para retirar Lula no páreo em 2018, beneficiar Bolsonaro e integrar o governo do hoje desafeto, reafirmava que nunca, jamais participaria da política eleitoral diretamente.

Não só se filiou ao Podemos, como quase repete o ciclo histórico do político brasileiro: pular de galho em galho.

Com apenas 3 meses no Podemos, por algumas vantagens, como verba partidária e tempo de propaganda, quase troca o partido pelo União Brasil. Ficou por um cabelo de sapo…

No outro lado do front…

O PSOL, aquela dissidência ruidosa contra o PT, de discursos virulentos de Heloísa Helena e cia, de ruptura voraz e inconciliável, hoje se devota ao pai e é o maior defensor “externo” da candidatura de Lula.

Freixo, um dos maiores nomes do PSOL, migrou para o PSB e lá, é um dos maiores entusiastas da formação de federação entre a nova casa e o PT.

PT, que por sinal trabalha fortemente para ter Alckmin como vice, provavelmente, no próprio PSB.

Geraldo, aquele tucano clássico, uma das figuras mais identificadas com o PSDB tradicional, que sempre esteve no extremo oposto ao Partido dos Trabalhadores, inclusive no impeachment da ex-presidente Dilma Roussef.

Tem ainda os nanicos e aloprados PCO e PSTU, aqueles partidos que se anunciam pertencentes ao operariado, mas espelham um extremismo de direita.

O PSTU tem como uma das principais pautas programáticas a defesa do armamento da população, enquanto o PCO defende liberdade de expressão a nazista dentre outras baboseiras, que o elevaram a sigla a meme permanenteda internet.

Se misturar as agendas de ambos respinga no bolsonarismo.

Eu não espero nenhum purismo moral da política.

Nessa estou com Maquiavel.

No cenário brasileiro, este território que não é para amadores, então!?!

Ok, vamos avacalhar mas com o mínimo de dignidade, né??

Ah, como todo barulho é pouco, amanhã apresento detalhes da esquizofrenia partidária na Paraíba.

Fonte: Marcos Thomaz
Créditos: Polêmica Paraíba