combate a violência

TJ reclassifica como feminicídio 89 processos em tramitação na Paraíba

Ao todo, 89 processos que têm mulheres como vítimas na Paraíba foram reclassificados como casos de feminicídio pelo Tribunal de Justiça do estado

Ao todo, 89 processos que têm mulheres como vítimas na Paraíba foram reclassificados como casos de feminicídio pelo Tribunal de Justiça do estado (TJPB), segundo informações divulgadas nesta terça-feira (14). A proposta dessa ação é aproximar os números do judiciário com os dados verídicos em relação aos crimes de feminicídio no estado.

Segundo a juíza Graziela Queiroga Gadelha, integrante da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência do TJPB, essa reorganização foi baseada na qualificadora feminicídio, que foi acrescentada ao artigo 121, e categoriza o crime de homicídio cometido contra a mulher, seja por violência familiar, doméstica ou questão de gênero.

Ela explicou que essa parametrização também agrava os casos de homicídio e aumenta a dosimetria nos cálculos da pena para quem comete esse tipo de crime.

De acordo com a juíza, até janeiro deste ano o judiciário na Paraíba contava com apenas dez processos classificados como feminicídio em 2017. Esses foram tarjados – com base em uma “tarja rosa”, inserida no Código de Normas por um provimento da Corregedoria Geral de Justiça – para que pudessem ser identificados.

Após isso, a coordenadoria começou um estudo de todos os casos de mortes ou tentativas de homicídios envolvendo vítimas mulheres, a partir de 2015, ano em que a qualificadora de feminicídio foi acrescentada ao artigo 121, e a nova lei entrou em vigor. O passo seguinte foi encaminhar aos juízes das comarcas, com competência em Tribunal do Júri, para que eles analisassem esses processos.

Esse procedimento foi feito a partir de uma resolução do Conselho Nacional de Justiça que determinou a parametrização. Conforme o TJPB, até esta terça-feira, 32 comarcas já haviam dado um retorno, informando o número de processos que foram reclassificados.

A integrante da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência comentou ainda que o público pode utilizar uma cartilha divulgada pelo TJPB, o “Violentômetro”, para entender e combater o processo de violência contra a mulher, tendo em vista os níveis das agressões e as consequências dessas atitudes.

Fonte: G1PB
Créditos: G1PB