Especialistas afirmam: É UM PSICOPATA

MATOU A MÃE E O PRÓPRIO FILHO: Homem teve o pedido negado para ala psiquiátrica

A Vara de Execuções Penais (VEP) do DF determinou, nessa quinta-feira (05/12/2019), que o funcionário do Metrô-DF Paulo Roberto de Caldas Osório, 45 anos, seja submetido a exame de sanidade mental como condição para análise do pedido de sua transferência para a Ala de Tratamento Psiquiátrico (ATP) do Complexo Penitenciário da Papuda. Preso, ele confessa ter matado o próprio filho, Bernardo, de 1 ano e 11 meses.

Paulo, que cumpriu pena na ala psiquiátrica por matar a própria mãe, em 1992, está preso preventivamente na carceragem da Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP), no Departamento de Polícia Especializada (DPE). Foi autuado pela Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver do próprio filho.

Ao analisar o caso, a juíza Leila Cury da VEP destacou que a ATP “destina-se, preponderantemente, à internação de pessoas submetidas à medida terapêutica de internação, resultante da imposição de medida de segurança”. “Nesse contexto, não é aconselhável a manutenção de presos provisórios, sem confirmação oficial de sua inimputabilidade ou semi-imputabilidade, sob pena de colocar em risco a sua própria integridade física e a dos pacientes que ali realmente precisam permanecer”, acrescentou.

Diante disso, a Justiça determinou que o preso seja submetido a avaliação psiquiátrica, pela equipe de saúde da Polícia Civil, para que seja emitido relatório sobre a necessidade de encaminhamento do custodiado para a ATP. Caso seja confirmada, a magistrada solicitou que o relatório indique quais cuidados serão demandados e o código da CID referente ao problema de saúde do preso.

A juíza autorizou ainda a prorrogação de permanência do custodiado na carceragem da DCCP até o próximo dia 12. O pedido foi feito pelos investigadores, para que as apurações sobre o caso não sejam prejudicadas, tendo em vista que a vítima ainda não foi encontrada. Conforme a decisão, o custodiado deverá ser mantido separado dos demais presos para resguardar a integridade física e a manutenção da estabilidade do ambiente prisional.

Caso o período de prorrogação de permanência na DCCP seja finalizado e o custodiado demandar atendimentos específicos da equipe de saúde, a juíza autorizou sua imediata transferência para o ATP. Em caso negativo, ele deverá ser transferido para o CDP, onde será alocado de acordo com sua situação processual e condições pessoais, observada a necessidade de resguardo de sua integridade física.

O corpo de Bernardo ainda não foi localizado. A polícia tem certeza de que o menino está morto. A família do menino, porém, mantém as esperanças de encontrá-lo vivo e espalha cartazes pela BR-020, onde o homem diz ter jogado o corpo do garotinho. Paulo pegou o filho na creche, na Asa Sul, na sexta-feira (29/11/2019), e não devolveu à mãe.

Ele disse que deu três comprimidos de sonífero para o menino misturados a suco de uva. Garante que Bernardo morreu logo depois e que desovou o corpo perto de Alagoinhas, na Bahia. Imagens de câmera de segurança de um vizinho de Paulo, na 712 Sul, às quais o Metrópoles teve acesso, mostram o momento em que o homem sai da casa, por volta das 18h46 de sexta, logo depois de pegar o menino na creche.

Confira as imagens do circuito de segurança:

Ele é psicopata mesmo”, confirmou com exclusividade ao Jornal de Brasília um dos conhecidos de longa data de Paulo Osório que não quis se identificar. A fonte afirmou à reportagem a existência do laudo psicológico que confirma a doença de Paulo.

“Na época da igreja, tínhamos uma psicóloga que tinha conseguido o laudo dele, e lá estava constatado a psicopatia”.

Os dois se conheceram em 2002, ano em que o metroviário saiu da ala psiquiátrica do Complexo Penitenciário da Papuda. “Foi em um grupo religioso e ele nunca escondeu o passado dele. Já tinha até contado, com riqueza de detalhes, o que aconteceu com a mãe”, comentou.

“Aquilo que dava raiva nele, ele atacava”, disse ainda. Conforme o que foi contado à reportagem, um episódio específico com Paulo no hospital tornou possível o entendimento de como o homem se comportava em situações desconfortáveis, que lhe traziam algum momento de fúria. “Quando tive um problema de saúde, em 2004, precisei me internar alguns dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), e ele ficou cuidando de mim durante 14 dias”, confessa em lágrimas.

Levei várias injeções e, em uma das vezes que a enfermeira puxou minha veia, senti muita dor e ele estava junto. Ele apertou o braço dela e eu precisei fingir que estava tudo bem. Mesmo morrendo de dor, disse que foi apenas uma beliscadinha”, descreveu, temendo que a situação tomasse outras proporções.

Fonte: Metrópoles
Créditos: Metrópoles