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Família do congolês morto no Rio faz desabafo emocionante e pede "justiça" - VEJA VÍDEO

Foto: Reprodução/Instagram

A família do congolês Moise Mugenyi Kabagambe faz desabafo emocionante “Justiça” O congolês Moise Mugenyi Kabagambe foi espancado durante 15 minutos, por 5 covardes, até a morte, e tudo isso porque o jovem de 24 anos estava cobrando devidamente duas diárias de trabalho num quiosque chamado Tropicália, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

O tio do jovem diz que Moise chegou ao Brasil com 11 anos na condição de refugiado político e que morava atualmente em Madureira, na zona norte do Rio. Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, de 2011 a 2020, 53.835 pessoas foram reconhecidas como refugiadas no Brasil, das quais 1.050 delas eram congolesas, ou seja, 2% do total.

São pessoas que buscaram abrigo no país fugindo de conflitos armados no Congo e de violações dos direitos humanos. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), entre 2017 e 2019, esses conflitos obrigaram cerca de cinco milhões de congoleses a saírem de suas casas.

A comunidade congolesa no Brasil divulgou uma carta de repúdio contra a morte de Moise. “Esse ato brutal não somente manifesta o racismo estrutural da sociedade brasileira, mas claramente demonstra a xenofobia dentro das suas formas contra os estrangeiros”, diz a nota de repúdio, lembrando que o Brasil é signatário de convenções que garantem a proteção dos direitos humanos.

“Por isso exigimos a justiça para Moise e que os autores do crime junto ao dono do estabelecimento respondam pelo crime! Combater com firmeza e vencer o racismo, a xenofobia, é uma condição para que o Brasil se torne uma nação justa e democrática”, afirma o comunicado. ​

Nas redes sociais, a morte do jovem gerou repercussão. Com a hashtag #JusticaPorMoise, que esteve entre os assuntos mais comentados do Twitter, perfis de usuários e de organizações sociais demonstraram revolta e cobraram punições à tragédia, que tem sido considerada mais uma demonstração do racismo e da xenofobia presentes no Brasil.

A Anistia Internacional afirma que o sonho de Moise e de sua família de viver uma vida digna no Brasil foi “covardemente interrompido” e que “seu assassinato não pode ficar impune!”.

Já a ex-deputada Manuela d’Ávila (PCdoB) escreveu que o racismo está destruindo vidas no Brasil. “Absurdo, revoltante e inaceitável o caso do imigrante congolês Moise, que estava apenas cobrando o pagamento de seu salário num quiosque na Barra da Tijuca e foi assassinado a pauladas. O racismo segue destruindo vidas em nosso país! Queremos justiça!”

*Com informações da Folha de São Paulo

Fonte: Folha de S.Paulo
Créditos: Polêmica Paraíba