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Terremoto de 7,3 graus na fronteira entre Irã e Iraque mata mais de 300

Segundo autoridades iranianas, número de vítimas deve aumentar à medida que equipes de busca e resgate chegam a áreas remotas do país

A damaged van and buildings are seen following a 7.3-magnitude earthquake at Sarpol-e Zahab in Iran’s Kermanshah province on November 13, 2017.
At least 164 people were killed and 1,600 more injured when a 7.3-magnitude earthquake shook the mountainous Iran-Iraq border triggering landslides that were hindering rescue efforts, officials said. / AFP PHOTO / ISNA / POURIA PAKIZEH

Um terremoto de 7,3 graus na escala Richter destruiu uma região de povoados com construções precárias na fronteira entre Irã e Iraque. Pelo menos 328 pessoas morreram e mais de 2,5 mil ficaram feridas, segundo autoridades iranianas, que apontam que o número de vítimas deve aumentar à medida que equipes de busca e resgate chegam a áreas remotas do país. A região mais atingida foi a província iraniana de Kermanshah, no oeste do país.

O tremor teve epicentro a 32 quilômetros da cidade iraquiana de Halabja, a uma profundidade de 23 quilômetros. Cerca de 30 réplicas, algumas de até 4,5 graus, foram sentidas em várias províncias iranianas.

O tremor principal foi sentido às 21h18 em Teerã (16h48 em Brasília). O diretor dos Serviços de Emergência iraniano, Pir Hosein Kolivand, afirmou que os trabalhos de resgate eram atrapalhados pelo fechamento de algumas estradas rurais. As cidades mais afetadas foram Ghasr Shirin, Sarpul e Azgale.

O número de vítimas aumentou rapidamente em relação aos primeiros relatos e era difícil quantificar os danos nos povoados atingidos, porque a comunicação por telefone e o serviço de distribuição de energia elétrica sofreram cortes. As equipes esperavam que ao amanhecer os danos ficassem mais evidentes. Segundo a CNN, tremores tão fortes na região não ocorriam desde a década de 1990.

O terremoto foi sentido ainda em países como Paquistão, Turquia, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Catar, Israel, Arábia Saudita, Jordânia, Síria, Líbano, Armênia e Azerbaijão.

De acordo com o Serviço Geológico dos Estado Unidos (USGS), estima-se que 70 milhões de pessoas tenham sentido o tremor. Cerca de 240 mil delas podem ter sido expostas a sismos “muito fortes” e “severos”. Muitas casas na zona rural da região são feitas de tijolos de barro e conhecidas por desmoronar facilmente em caso de terremoto.

“Ainda há pessoas sob os escombros. Esperamos que o número de mortos e feridos não suba muito, mas vai subir”, disse o governador de Kermanshah, Mojtaba Nikkerdar. As escolas da região ficariam fechadas hoje. Ao menos 30 equipes de socorristas do Crescente Vermelho estavam se deslocando para as zonas afetadas, segundo a agência oficial iraniana Irna.

A organização de gestão de crise da Câmara Municipal de Teerã pediu à população tranquilidade e afirmou que os órgãos de segurança e os serviços de saúde estavam em alerta.  O medo com relação a novos tremores levou centenas de habitantes a se concentrarem na rua ou em parques, em temperaturas inferiores a 10ºC.

O Irã tem grande atividade sísmica. O terremoto mais grave até o momento aconteceu em junho de 1990, quando 37 mil pessoas morreram em vários povoados do norte do país. Outro terremoto registrado em dezembro de 2003 na Província de Kerman deixou 31 mil mortos.

Iraque
Em território iraquiano, o chefe do setor de abastecimento de água do país, Hassan Janani, afirmou que a represa Darbandikhan, em Sulaimaniyah, sofreu danos e algumas fissuras podiam ser vistas na superfície. Por precaução, as autoridades ordenaram a retirada urgente da população das áreas situadas sob a represa. O diretor da usina hidrelétrica, Rahman Khani, explicou que, em razão da escuridão, ainda não era possível saber a gravidade dos danos.

Tanto em Suleimaniyah, a segunda maior cidade do Curdistão iraquiano, quanto em Kirkuk, os relatos eram de danos estruturais moderados. Durante meses, a região foi castigada por combates de rebeldes curdos apoiados por forças americanas contra militantes do grupo jihadista Estado Islâmico (EI). Em Bagdá, os tremores levaram moradores a deixarem às pressas suas casas, mas os danos estruturais também pareciam leves.

Segundo o jornal britânico Telegraph, moradores de Bagdá deixaram correndo os prédios mais altos da cidade. “Eu estava sentada com meus filhos jantando, quando de repente o prédio começou a dançar”, disse ao jornal Majida Ameer, que deixou sua casa com três crianças. “Pensei primeiro que fosse uma bomba gigantesca. Mas logo todos estavam gritando ‘terremoto’”, descreveu.

Fonte: Estadão
Créditos: Estadão