crise humanitária

ONU pede ajuda de EUA e União Europeia para Venezuela

Adotando o modelo que já aplicou no Iêmen, as agências da ONU abandonaram o tom diplomático e passaram a qualificar a situação como 'crise humanitária'

Prevendo um aumento do êxodo de venezuelanos em 2019, a ONU pediu ajuda de Europa, EUA e outros países ricos para impedir que o fluxo desestabilize a América do Sul. A avaliação em Genebra é a de que os países sul-americanos já esgotaram seus recursos para lidar com a crise e, diante de milhões de deslocados, o temor é de que a crise e a violência se proliferem.

Adotando o modelo que já aplicou no Iêmen, as agências da ONU abandonaram o tom diplomático e passaram a qualificar a situação como “crise humanitária”. No total, até o fim de 2019, a crise pode atingir 5,4 milhões de pessoas. Desses, mais de 3 milhões seriam migrantes e refugiados venezuelanos, além da população local dos países fronteiriços.

No dia 14, a entidade anunciará um plano para lidar com o êxodo de refugiados da Venezuela. No evento, a ONU tentará convencer doadores internacionais a resgatar os países da região diante do fluxo sem precedentes. “Esta é uma tempestade perfeita. Ninguém conseguirá dar uma resposta sozinho”, afirmou ao Estado o diretor do Programa Mundial de Alimentação da ONU, David Beasley.

Ontem, a ONU incluiu pela primeira vez a Venezuela na lista das piores crises humanitárias do mundo. No total, estima-se que, para atender a todas as vítimas em 2019, serão necessários US$ 736 milhões. No mundo, as crises internacionais custarão US$ 21 bilhões.

Visita

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chegou ontem em Moscou, onde participará hoje de uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin. “Estou indo para a Rússia para discutir novas parcerias necessárias”, disse Maduro, no Aeroporto Internacional Simón Bolívar.

Maduro se refere à Rússia, que fornece armas, tecnologia e outros recursos para Venezuela, como “aliada estratégica” de sua política multilateral. A viagem acontece depois da visita, na segunda, em Caracas, do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que prometeu apoio político e econômico com investimentos milionários para aliviar a grave crise que o país atravessa.

Fonte: Estadão
Créditos: Jamil Chade