na África

Ataque terrorista contra restaurante em Burkina Faso deixa ao menos 18 mortos

Burkina Faso, país que faz fronteira com Mali e Níger, foi cenário de vários ataques jihadistas desde 2015

Burkina Faso gendarmes and army forces patrol on August 13, 2017 as soldiers launch an operation against suspected jihadists in Burkina Faso after gunmen attacked a cafe in the capital Ouagadougou. / AFP PHOTO / Ahmed OUOBA

Um ataque executado por supostos extremistas contra um restaurante na capital de Burkina Faso no domingo à noite deixou 18 mortos, informou o governo nesta segunda-feira, 14, ao anunciar o fim da operação das forças de segurança contra os criminosos. Segundo autoridades, há vários menores de 18 anos e mulheres entre as vítimas.

O “ataque terrorista” contra o restaurante Istanbul também deixou vários feridos e terminou com dois criminosos mortos, informou o ministro da Comunicação, Remis Dandjinou. O número total de envolvidos no ataque ainda não foi detalhado. O ministro informou, no entanto, que as operações de “rastreamento e verificação de imóveis adjacentes” prosseguiam nesta segunda-feira.

A troca de tiros chegou ao fim às 5h00 (2h00 em Brasília). Antes do anúncio sobre o fim do ataque, Dandjinou afirmou que várias pessoas eram mantidas como reféns e algumas haviam sido liberadas, sem revelar detalhes.

O ministro mencionou vítimas “de diferentes nacionalidades”. Ao menos um cidadão da França e um da Turquia estão entre os mortos, de acordo com os respectivos governos.

O restaurante Istanbul fica a 200 metros do café Cappucino, que em janeiro de 2016 foi alvo de um violento ataque extremista, cuja autoria foi reivindicada pela Al-Qaeda no Magreb Islâmico e deixou 30 mortos e 71 feridos, em sua maioria estrangeiros.

“De acordo com testemunhas, pelo menos dois criminosos chegaram de moto às 21h00, armados com fuzis AK-47, e abriram fogo contra o restaurante Istanbul”, declarou um policial que pediu anonimato.

O presidente de Burkina Faso, Roch Marc Christian Kaboré, condenou o atentado na capital do país em sua conta no Twitter. “Condeno com a maior energia o abjeto atentado que cobriu Ouagadougou de luto”, escreveu. “A luta contra o terrorismo é um combate muito longo, mas Burkina Faso superará esta adversidade porque seu povo corajoso vai resistir sem concessão ao terrorismo.”

Na manhã desta segunda-feira, o perímetro ao redor do restaurante permanecia fechado. Uma unidade especializada da polícia foi enviada ao local para obter amostras para a investigação e iniciar a identificação das vítimas.

Os feridos foram levados para o hospital Yalgado Ouedraogo. “Estamos lotados”, admitiu um cirurgião, que pediu anonimato. “Recebemos uma dezena de feridos, três deles morreram. A situação de outros feridos é muito crítica.”

O prefeito de Ouagadougou, Armand Béouindé, anunciou que o ministro da Segurança, Simon Compaoré, e o ministro da Energia, Alpha Omar Dissa, seguiram para o local do ataque.

Burkina Faso, país que faz fronteira com Mali e Níger, foi cenário de vários ataques jihadistas desde 2015. O mais violento, em janeiro de 2016, teve como alvos o hotel Splendid e o café Cappuccino, com um balanço de 30 mortos.

Fonte: Estadão