"a melhor defesa é o ataque"

SEMIFINAL: Flamengo impede blitz do Inter e faz jogo maduro no Beira-Rio para quebrar tabu na América

Qual a melhor maneira de administrar uma vantagem na casa do adversário? É não recuar. Se você sair para o jogo e controlar as ações, vai correr menos riscos do que se chamar o oponente para o seu campo. Não à toa existe o ditado popular do futebol que diz com sabedoria que “a melhor defesa é o ataque”. Só que segurar a pressão, o ímpeto de um rival empurrado por sua torcida não é algo simples de ser feito. Mas o Flamengo mostrou maturidade para isso.

Contra o Inter no Beira-Rio, o Rubro-Negro empatou por 1 a 1 sendo superior do início ao fim e garantiu com méritos a tão almejada vaga na semifinal da Libertadores depois de 35 anos. O time, que cada vez mais tem a cara de Jorge Jesus, foi para Porto Alegre preparado para evitar a esperada blitz colorada nos primeiros minutos e jogar bola.

A começar pela escalação: o técnico teve o retorno de Cuéllar e poderia ter sentado na vantagem, colocando Piris da Motta para ter dois volantes de marcação. Mas não, ele puxou Gerson para a função e manteve a vocação ofensiva da equipe. Deixou Arrascaeta e Everton Ribeiro, seus jogadores mais técnicos, mais próximos na direita e deu liberdade a Bruno Henrique e Gabigol, dupla que voltou a ser decisiva: um com assistência, outro com bola na rede.

O Flamengo finalizou 11 vezes, contra 9 do Internacional

O primeiro tempo do Flamengo no Beira-Rio foi de manual: chegou a ter quase 60% de posse de bola, duas chances claríssimas desperdiçadas cara a cara com o goleiro e não proporcionou nenhuma oportunidade real para o Inter. A defesa cometeu uma falha na bola aérea já na etapa final, e chegou a ter momentos de certo sufoco até encaixar o contra-ataque em que Gabigol selou a merecida classificação de um time que indiscutivelmente foi melhor nos 180 minutos.

Outras observações:

Fator confiança: psicologicamente foi um resultado e tanto que serve para derrubar alguns estigmas: o de que o Flamengo se dá mal no sul do país; o de que o clube não tem tradição para chegar longe na Libertadores e o de que “perder para o Inter no Beira-Rio é normal”. O time de Jorge Jesus mostrou que não se abala e que não tem nada a temer.

Saideira: Cuéllar pode ter feito o seu último jogo com a camisa rubro-negra e foi importante enquanto esteve em campo. Foi um monstro no primeiro tempo, com marcação perfeita sobre Patrick e um passe açucarado para Gabigol. A confirmar a saída, será um desfalque importante para o elenco. E se a última impressão é a que fica…;

A primeira vez… Em seu 10º jogo com a camisa do Flamengo, enfim Gerson atuou na posição pela qual foi contratado: segundo volante. E o curinga rubro-negro, que já jogou de ponta-esquerda, pota-direita e de meia, também se saiu bem em uma função mais defensiva. Ele deu proteção à zaga e organizou as saídas de bola;

Defesa azeitada: o Flamengo por pouco não conseguiu completar o terceiro jogo seguido sem ser vazado. Mas a única bobeada na bola aérea não é nada que esconda uma nova realidade: o encaixe da defesa. Pablo Marí e Rodrigo Caio voltaram a anular Guerrero com perfeição, e Filipe Luís e Rafinha deram um suporte grande nessa evolução do setor.

De volta a uma fase de semifinal da Libertadores, o Flamengo vai enfrentar o Grêmio nos dias 2 e 23 de outubro, abrindo na Arena do Grêmio e decidindo a vaga na grande decisão no Maracanã. Mas até lá, Jesus volta o foco para o Campeonato Brasileiro, onde é líder e tem confronto direto pela ponta com o Palmeiras neste domingo, às 16h (de Brasília), no Maracanã. Os jogadores folgam nesta quinta-feira e se reapresentam na tarde de sexta, no Ninho do Urubu.

Fonte: Globo Esporte
Créditos: Polêmica Paraíba