A polêmica entre Nelson Piquet Jr. e Lucas di Grassi não é nova. E ficou pior no ano passado, quando Piquet insinuou que Di Grassi teria alterado o carro para vencer a etapa de Berlim da Fórmula E. Na época, Lucas rebateu citando o escândalo “Cingapuragate”, episódio em que Nelsinho bateu de propósito, a mando de Flavio Briatore, então chefe da Renault, para favorecer o companheiro Fernando Alonso, no GP de Cingapura, quando corria na F1. O clima, já bem azedo, ganha agora um novo episódio após Di Grassi dar uma entrevista dizendo que Fórmula E está ficando muito grande para os pilotos se dividirem entre ela e o Mundial de Endurance (WEC). Piquet, que corre em diversas categorias ao longo do ano, postou a entrevista em sua conta no Twitter e aproveitou para jogar mais lenha na fogueira.

– Coisas que as pessoas dizem depois de ficarem sem carro. #hipócrita. Pilotos de verdade querem correr o tempo todo – se referindo ao fato de a Audi (equipe de Di Grassi no WEC) ter se retirado do Mundial, deixando Lucas sem uma vaga na temporada.

Internautas se dividiram entre apoiar e criticar o post de Piquet. A maior parte dos que criticaram citaram o fato de Nelsinho ter batido de propósito no muro de Cingapura. Sebatien Buemi, que superou Di Grassi e levou o título da temporada 2015/2016 da Fórmula E, concorda com Piquet.

– Concordo completamente – disse Buemi em apoio a Piquet

– Às vezes, pilotos de verdade só querem bater na parede de Cingapura. Não, pera… – ironizou um seguidor.

A rixa entre os pilotos brasileiros começou nas categorias de kart. Os dois trabalharam juntos na Fórmula 1, quando Di Grassi era piloto de testes da Renault e Nelsinho era piloto titular ao lado de Alonso. A rivalidade ganhou novo episódio no e-Prix de Mônaco, quando Nelsinho e Di Grassi já haviam discutido, após o filho do tricampeão da Fórmula 1 Nelson Piquet alegar que o rival prejudicou sua volta rápida nos treinos da etapa.

Nelsinho Piquet e Fernando Alonso eram titulares da Renault em 2008, e Di Grassi era piloto de testes (Foto: Divulgação)

O capítulo seguinte da briga aconteceu na etapa de Berlim da Fórmula E, na temporada 2014/2015. Di Grassi foi desclassificado da prova após ser verificado que houve uma alteração de uma peça asa dianteira do carro, mas alega que a mudança foi feita de forma equivocada por um mecânico e não tinha o propósito de melhorar o desempenho. Lucas di Grassi fez duras críticas a Piquet. Lembrando o caso “Cingapuragate”, quando Nelsinho, então piloto da Renault na Fórmula 1, bateu de forma proposital no GP de Cingapura de 2008 para parar a prova e beneficiar o companheiro Fernando Alonso, que acabou vencendo a corrida, Lucas di Grassi disse, na época, que o compatriota não tinha moral para acusá-lo de trapaça.