dono da taça

Os pontos cruciais nos bastidores para o Atlético-MG ser campeão

O Atlético-MG é campeão brasileiro, após 50 anos de espera. O dono da taça tem a melhor defesa e também detém o artilheiro da competição, Hulk, com 18 gols. Para encerrar um longo jejum e entrar na história do clube, os bastidores precisam ser costurados com perfeição, ou perto disso. O ge elencou alguns pontos-chave internamente do Galo que ajudam a entender o cenário traçado para colocar o clube no topo do Brasil meio século depois.

O Atlético-MG é campeão brasileiro, após 50 anos de espera. O dono da taça tem a melhor defesa e também detém o artilheiro da competição, Hulk, com 18 gols. Para encerrar um longo jejum e entrar na história do clube, os bastidores precisam ser costurados com perfeição, ou perto disso. O ge elencou alguns pontos-chave internamente do Galo que ajudam a entender o cenário traçado para colocar o clube no topo do Brasil meio século depois.

O Brasileirão começou para o Atlético com derrota, para o Fortaleza, em casa. A Libertadores e Copa do Brasil estavam vivas no calendário, ainda. O título do Mineiro ainda estava fresco, mas muito trabalho pela frente. Antes mesmo da primeira rodada, as primeiras de diversas reuniões da comissão técnica aconteceram.

Muito experiente nos pontos corridos, Cuca traçou um verdadeiro raio X da competição. Destrinchou as rodadas, apontou e projetou o trajeto do clube, onde poderia perder pontos, destacar etapas de reação e manter o “caminho certo” sempre à vista.

Claro, com os torneios de mata-mata influenciando no andar da carruagem. Por exemplo, a vitória diante do Internacional, no segundo turno, em 2 de outubro, horas depois da eliminação na Libertadores, é um capítulo à parte. Reação imediata do Galo, com gol de Keno.

O atacante, inclusive, voltou a ser protagonista também após uma valorização e confiança interna. Sofreu com lesões, virou reserva, até teve chance de ser negociado (para o Grêmio), mas ficou e colheu frutos. Frutos mais do que saborosos. Estará para sempre na história do clube. Se o gol de Dadá contra o Botafogo se imortalizou, imagina os dois do baiano em plena Fonte Nova, em Salvador?

Naquele lance do gol de Keno diante do Colorado, a jogada foi protagonizada por Hulk, destaque à parte neste título do Atlético. São 18 gols, apenas duas rodadas de ausência. E tudo começou esquisito, meio morno, com o atacante não se encaixando, tendo rusgas públicas com Cuca (já superadas há tempo). O treinador conversou com o atacante. E um plano foi bolado nos ares da Cidade do Galo, lá em abril/maio.

O camisa 7 não seria ponta direita no futebol brasileiro. Atuaria centralizado, perto do gol adversário. Seria o responsável por finalizar as jogadas. Não poderia ter dado mais certo.

Nunca, desde 2009, um jogador fez tantos gols pelo Atlético em uma temporada (33 e contando…). Ainda faltava uma ação extracampo para montar o time campeão. Um zagueiro.

Nathan Silva

Era titular do Atlético-GO, então melhor defesa da Série A nas primeiras rodadas. No limite de fazer o sétimo jogo, foi chamado de volta para o Galo, encerrando empréstimo. Olhar de Cuca, que analisou o atleta, acionou o CIGA (Centro de Inteligência do clube).

O diretor de futebol, Rodrigo Caetano, foi até o Dragão para manejar a “devolução”. Nathan chegou entre a nona e a 10ª rodadas. Estreou justamente contra o Flamengo, vitória no primeiro turno, para não sair mais. É, sem dúvidas, um dos grandes ativos do time campeão.

Por falar em Rodrigo Caetano, o diretor de futebol do Atlético já se tornou o mais longevo no cargo desde a morte de Eduard Maluf, em 2017. Irá completar um ano em 6 de janeiro de 2022. Sua função vai muito mais além do que contratar negociar jogadores.

É também gerir o ambiente, estar presente no vestiário e fazer 30 cabeças, chefes de 30 famílias, remarem no mesmo barco e para a mesma direção. Fontes ouvidas pela reportagem também destacam o poder de “matar problemas” internamente, sem exposição de fatos.

Momentos leves

Mas também há momentos leves, descontraídos, certeiros para “quebrar o clima”. Ou melhor, construir um ambiente de amizade e companheirismo. Já é cultural. Cuca e sua comissão técnica – com o irmão Cuquinha e o auxiliar Eudes Pedro -, organizam sorteios e bingos, com brindes atrativos, como celulares. Participam todos: seguranças, cozinheiras e garçons. Cristiano Nunes, preparador físico do clube, é um dos mais participativos das brincadeiras.

Um outro ponto que tende a acontecer no futuro breve (mas que ajuda também a desenhar o que é o Atlético internamente) é a premiação. Cuca e os jogadores compartilharam o valor recebido pela conquista do Campeonato Mineiro com funcionários que recebem salários mais baixos. A do Brasileiro também tende a ser.

Fonte: Globo Esporte
Créditos: Polêmica Paraíba